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Após vídeo, ministros do STF não têm dúvidas de que a cúpula do governo Bolsonaro estimula atos golpistas

Ministro Marco Aurélio Mello diz que Gen. Heleno" Não assusta em nada"

Com a divulgação da reunião ministerial do dia 22 de abril na última sexta-feira (22), ministros do STF avaliam como “clara” a participação de ministros do primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro no comando das recentes manifestações antidemocráticas em Brasília que pedem o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo e até mesmo a volta do AI-5.

Com informações de Andréia Sadi, do G1.

Após a análise do vídeo ministerial, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam, nos bastidores, que ficou “claro” que as manifestações antidemocráticas nas ruas têm, no comando, ministros do primeiro escalão do governo Bolsonaro.

Ao blog, integrantes da corte lembram que há um inquérito aberto no STF, a pedido de Augusto Aras, para apurar manifestações contra o funcionamento das instituições.

Na visão de uma fonte do STF ouvida pelo blog, se fossem manifestações espontâneas, “não teriam reverberação na boca do ministro da Educação, nem no tom da nota do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional”.

Os ataques ao STF pelo ministro Abraham Weintraub agravam a relação já ruim do Planalto com a corte.

Ministros do governo que geralmente fazem a ponte com o STF temem que a relação seja inviabilizada de vez e acreditam que qualquer retomada será adiada, já que o ministro Dias Toffoli, presidente da corte, está afastado da presidência esta semana por questões de saúde.

Toffoli é, ainda, o único elo do Planalto com o STF.

Já a cúpula do governo enxerga “exageros” dos ministros Celso de Mello e Alexandre de Moraes em decisões judiciais que atingem o governo.

No caso dos ministros, incomodou ao governo a decisão de liberar o vídeo quase na íntegra e a liminar que barrou Alexandre Ramagem de assumir a direção da Polícia Federal.

Ministros da chamada ala militar do Planalto justificam com esses exemplos a nota de Heleno na sexta-feira (22), de que uma eventual apreensão do celular do presidente Bolsonaro terá consequências imprevisíveis.

A PGR, como o blog publicou sábado, vai decidir sobre o tema nesta semana.

Além disso, vai analisar possíveis crimes de autoridades no vídeo e decidir se encaminha o inquérito para o final – ou seja, para ouvir Jair Bolsonaro.

Ministros da Corte lembram que há um inquérito aberto no STF, a pedido de Augusto Aras, para averiguar estes atos antidemocráticos.

Segundo fonte interna do Supremo ouvida por Sadi, caso as manifestações fossem realmente espontâneas, “não teriam reverberação na boca do ministro da Educação, nem no tom da nota do ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional”.

Andréia Sadi

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