Claramente na defensiva, falando num tom quase humilde, menos arrogante e menos prepotente do que nunca, Bolsonaro praticamente pediu para não ser derrubado na cerimônia realizada em Brasília, no que foi interpretado como resposta ao ultimatum de 500 empresários, economistas e ex-ministros da Economia divulgado segunda-eira (22).
“Devemos lutar contra o vírus e não contra o presidente”, pediu.
“Vamos atacar o vírus e não o presidente”, insistiu.
Não abandonou, no entanto, suas velhas e erradas posições.
Afirmou, novamente, que os governadores estão decretando estado de sítio, depois de todos os políticos e especialistas contestarem essa constatação estapafúrdia.
Lockdown é emergência sanitária, não prenúncio de ditadura.
Admitiu que poderá até mudar o seu discurso se alguém o convencer, mas ainda ninguém o convenceu, mais uma de suas basófias, pois hoje mesmo foi noticiado que Araraquara derrubou número de óbitos pós-lockdown e o Reino Unido, combinando lockdown e vacinação em massa teve, hoje, 59 óbitos.
“Parece que só no Brasil tem pandemia” reclamou.
Saiu-se com uma nova tese delirante para criticar o lockdown :
“A maioria da população contrai o vírus em casa”.
Tentou vender ilusões:
“Seremos exportadores de vacina”.
Ele que no ano passado chamou a peste de gripezinha, fez um prognóstico trágico:
“Não sabemos se vai acabar um dia”.
Não atacou governadores, não chamou as Forças Armadas, não ameaçou ninguém.
Uma tchutchuca.
Alex Solnik