O pré-candidato à Presidência do PDT, Ciro Gomes, participou de vários eventos nesta sexta-feira na capital argentina e antes de dar a última palestra do dia, na Universidade Nacional de Buenos Aires (UBA), assegurou que veio ao país apresentar sua ideia de liderar “uma ampla aliança de centro-esquerda” que poderia incluir os partidos DEM e PP, desde que antes seja fechado acordo com PSB e PCdoB que garanta “a hegemonia moral e intelectual” de uma eventual frente eleitoral.
Bem humorado e arriscando que na próxima pesquisa da Datafolha poderia ficar entre 10% e 12% das intenções de voto, Ciro evitou fazer comentários sobre o lançamento da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar ser criticado “pela burocracia do PT”.
No entanto, perguntado sobre possíveis cenários, reiterou que se vê disputando o segundo turno com o tucano Geraldo Alckmin já que “no meu cálculo, doído que seja, Lula não será candidato”.
— O que está em discussão não é a sorte do PT e sim do Brasil. Não podemos correr o risco de ver um golpe de Estado e as forças que o praticaram serem legitimadas pelo voto popular — declarou o pré-candidato, defendendo a necessidade de incluir a maior quantidade de partidos possíveis na aliança que está formando.
Consultado sobre uma eventual aproximação com DEM e PP, Ciro não descartou:
— Quiça tudo… nesse primeiro momento minha prioridade são o PSB e o PCdoB.
Se esta aliança se faz, posso avançar em partidos do centro à direita, porque a hegemonia moral e intelectual do rumo estará afirmada.
Poderia incluir o PP e o DEM, desde que eu tenha o PSB e o PCdoB.
O pré-candidato foi recebido nesta sexta pela vice-presidente da Argentina, Gabriela Michetti, já que o presidente Mauricio Macri viajou para o Canadá, onde participará de um encontro do G-7.
Ciro também se reuniu com empresários e produtores agropecuários.
No dia em que o PT lançou oficialmente a candidatura de Lula, a pergunta foi inevitável para Ciro, partindo até mesmo de jornalistas argentinos
Há 16 anos, o presidente Lula assumiu o poder no Brasil e todos os dias, até hoje, eu o apoiei.
E todas as vezes que fiz algum comentário que desagradou uma parte da burocracia do PT fui intensamente criticado, para usar uma palavra moderada.
Por isso, compreendendo o trauma e pelo respeito ao momento do PT, eu me reservo o direito de não fazer mais nenhum comentário sobre o PT e seus rumos estratégicos.
O PT tem seu tempo a sua tática e eu tenho o meu tempo e minha tática — explicou o pré-candidato do PDT, que disse ver em Alckmin seu rival natural num eventual segundo turno.
Com informações de O Globo