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Comprova, coalizão para combater notícias falsas, entra na segunda fase

Iniciativa será lançada nesta quinta, em São Paulo | Foto: Comprova / Divulgação / CP

A segunda fase do projeto Comprova foi lançada nesta quinta-feira (27), em São Paulo. A coalizão, que reúne 24 organizações de mídia brasileiras, tem como objetivo checar e combater rumores, manipulações e notícias falsas colaborativamente.

A nova etapa do projeto está prevista para começar em julho e terá como foco políticas públicas. Realizada no ano passado, a primeira edição do Comprova durou três meses e envolveu a publicação de mais de 1.700 reportagens sobre a eleição presidencial.

A iniciativa é liderada pelo First Draft, organização da Universidade Harvard, nos EUA, especializada em buscar estratégias para combater fake news. O Comprova no Brasil faz parte de uma rede de iniciativas do First Draft desenvolvidas no mundo, em países como França, Reino Unido e Nigéria.

Esta é a primeira vez que um dos países realiza o projeto de checagem colaborativa fora do período eleitoral e, segundo Claire Wardle, diretora do First Draft, servirá de aprendizado para outros países. Segundo ela, apesar de não ser um fenômeno novo, há mais desinformação nos dias de hoje. “A escala global do problema da desinformação requer soluções ambiciosas. Criar informação falsa é muito fácil, mas o monitoramento é muito difícil.”

Durante a checagem, os veículos do Comprova trabalham em colaboração. A publicação só ocorre após ao menos três dos integrantes concordarem sobre a falsidade ou veracidade da informação em questão. A postagem dos desmentidos é feita nos sites dos integrantes e também na página www.projetocomprova.com.br.

Fazem parte AFP, Band, BandNews, Band.com.br, Canal Futura, Correio do Povo, Exame, Folha de S.Paulo, GaúchaZH, Gazeta Online, Jornal do Commercio, Jornal Correio, Metro Brasil, Nexo Jornal, Nova Escola, NSC Comunicação, O Estado de S. Paulo, O Povo, Poder360, piauí, Rádio BandNews FM, Rádio Bandeirantes, SBT e UOL.

A coalizão continua sob coordenação da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e tem apoio do Google News Initiative, do Facebook Journalism Project e do WhatsApp. Outros interessados ainda podem decidir apoiar o projeto até o início do segundo semestre.

WHATSAPP

Durante as eleições de 2018, o Comprova recebeu mais de 67 mil sugestões de material a ser checado via WhatsApp. No Brasil, diferentemente de em outros países como os EUA, o uso desta rede social é considerado o principal disseminador do conteúdo forjado.

Pesquisa divulgada no Brazil UK Forum em maio deste ano mostrou que mais de dois terços dos brasileiros entrevistados afirmam ter recebido fake news pelo WhatsApp durante a última campanha eleitoral.

FolhaPress SNG

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