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Defesa confirma colaboração de Cid com a Polícia Federal. Ele presta novo depoimento na quinta

Tenente Coronel Mauro Cid, vai fazer delação premiada

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), confirmou que o militar está colaborando com as investigações e que ele irá prestar um novo depoimento à Polícia Federal na próxima quinta-feira (31).

A mudança na postura de Cid acontece após ele ser ouvido pelos investigadores em uma oitiva que durou mais de 10 horas, realizada na segunda-feira (28).

“Estamos muito cansados, estamos verificando um monte de material. Tem documentos que a gente tem que analisar, a gente leva horas, papéis, a gente fica movimentando coisas”, disse o advogado Cézar Bittencourt ao jornal O Globo. Mauro Cid já prestou dois depoimentos aos investigadores desde a semana passada, um na sexta-feira e outro na segunda, somando cerca de 16 horas de interrogatório.

Mauro Cid está colaborando com a Polícia Federal e quer delação premiada

Os depoimentos estavam relacionados ao inquérito que investiga a suposta contratação do hacker Walter Delgatti Netto para simular uma invasão às urnas eletrônicas e desacreditar o sistema eleitoral. Delgatti alega que Cid esteve presente em uma reunião entre ele, a deputada federal Carla Zambelli e Bolsonaro, onde teriam discutido o assunto.

O hacker encontra-se preso preventivamente por outras acusações.

O advogado destacou, ainda, que o depoimento em andamento terá continuidade na próxima quinta-feira, quando Cid será ouvido em conjunto com outros envolvidos no caso, incluindo Bolsonaro.

Bittencourt, que assumiu a defesa do militar há pouco mais de duas semanas, também mencionou uma mudança na estratégia de defesa.

Inicialmente, indicou que a defesa poderia culpar Bolsonaro em relação ao caso das joias, porém, posteriormente, mudou de versão.

Ele afirmou que Cid pretende admitir negociações relacionadas a um relógio Rolex recebido por Bolsonaro em uma viagem oficial.

No entanto, ele esclareceu que essa “confissão” se refere apenas ao Rolex e não abrange outras joias investigadas pela PF.

O advogado também levantou a possibilidade de o pagamento ter sido entregue a Bolsonaro ou à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

 Bitencourt também ressaltou que a carreira de Cid foi marcada pelo respeito à obediência hierárquica no Exército e que ele sempre cumpriu ordens, o que pode influenciar sua culpabilidade em investigações sobre o suposto desvio de joias do acervo presidencial e alegações de fraude em cartões de vacinação.

Brasil

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