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Delação da Odebrecht cita mais políticos que receberam caixa dois

O delator Cláudio Melo Filho

No acordo de delação, Cláudio Melo Filho relaciona também outros nomes de políticos que receberam, em 2010, doações da Odebrecht em caixa dois, ou seja, sem declaração à Justiça Eleitoral.

Ele afirma que essas doações foram feitas na expectativa de que, caso eleitos, os políticos atendessem pleitos da empresa que surgissem durante seus mandatos.
São eles:

Paes Landim, codinome “Decrépito”, do PTB do Piauí, R$ 100 mil.
Paulo Henrique Lustosa, codinome Educador, PP do Ceará, R$ 100 mil.
Artur Virgílio, codinome “Kimono”, PSDB do Amazonas, R$ 300 mil.
José Carlos Aleluia, codinome “Missa”, Democratas da Bahia, R$ 300 mil.
Colbert Martins, codinome “Médico”, PMDB da Bahia, R$ 150 mil.
Adolfo Viana, codinome “Jovem”, PSDB da Bahia, R$ 50 mil.
Lídice da Mata, codinome “Feia”, PSB da Bahia, R$ 200 mil.
Daniel Almeida, codinome “Comuna”, PCdoB da Bahia, R$ 100 mil.
Paulo Magalhães Júnior, codinome “Goleiro”, PV da Bahia, R$ 150 mil.
Hugo Napoleão, codinome “Diplomata”, PSD do Piauí, R$ 100 mil.
Jutahy Magalhães, codinome “Moleza”, PSDB da Bahia, R$ 350 mil.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, do PSDB, negou que tivesse recebido doação por caixa dois. Ele disse que todas as doações da Odebrecht foram declaradas à Justiça Eleitoral.

Os deputados Paulo Henrique Lustosa, do PP, e Daniel Almeida, do PCdoB, também negaram recebimento via caixa dois e disseram que todas as doações para suas campanhas foram legais.

O deputado estadual da Bahia Adolfo Viana, do PSDB, disse que não conhece Cláudio Melo Filho e que todas as doações que recebeu foram declaradas à Justiça Eleitoral.

O deputado Paes Landim, do PTB, disse que todas as doações que recebeu foram declaradas oficialmente e que jamais houve troca de favores entre ele e a Odebrecht.

O Jornal Nacional não conseguiu contato com o deputado estadual Colbert Martins, do PMDB, com os deputados federais Paulo Magalhães, Hugo Napoleão,
os dois do PSD, Jutahy Magalhães do PSDB, e José Carlos Aleluia, do Democratas, nem com a senadora Lídice da Mata, do PSB.

Cláudio Melo Filho disse que em 2014 a Odebrecht fez doações legais e declaradas a 14 políticos. Ele disse que a expectativa era que esses deputados pudessem vir a atuar em favor da Odebrecht, mas não apontou nenhuma irregularidade, nem mesmo nas doações. Por isso, seus nomes não estão sendo divulgados.

Ele também disse que outros dois senadores chegaram a solicitar ajuda financeira da empresa. Um deles, segundo Cláudio Melo Filho, não recebeu dinheiro porque falou mal de uma obra da Odebrecht na campanha eleitoral.

O outro, segundo ele, recebeu o dinheiro através de outro diretor, mas Cláudio Melo Filho não disse quanto, nem se a doação foi oficial ou não. Por isso, o Jornal Nacional também não vai divulgar os nomes deles.

Correção
No sábado (10), o JN informou que o ex-executivo da Odebrecht Cláudio Melo Filho afirmou, no acordo de delação, que a empreiteira fez doações, por meio de caixa 2, para os políticos Colbert Martins, do PMDB, e Paulo Magalhães, do PSD. Na verdade, Cláudio Melo Filho se referiu aos filhos deles, que também são políticos: Colbert Martins, que usa o mesmo nome do pai, e Paulo Magalhães Júnior, que é do PV.

O vice-prefeito eleito de Feira de Santana, Colbert Martins, disse que todas as doações de suas campanhas foram legais e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

O vereador eleito Paulo Magalhães Júnior também disse que todas as suas contas de campanha foram declaradas e aprovadas.

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