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Ex-diretor da Siemens envolve PSDB e DEM em suposto esquema de corrupção

 

Em um relatório encaminhado à Polícia Federal, um ex-executivo da Siemens diz que tem como provar o pagamento de propina a políticos do alto escalão do governo de São Paulo durante as gestões de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, do PSDB. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (21) pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.

Segundo a reportagem, o ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer entregou um relatório em abril ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em que cita nomes de supostos recebedores de propina da multinacional. São eles: o atual secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o secretário de Energia, José Aníbal, o titula da pasta de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Garcia (DEM) e o deputado Arnaldo Jardim (PPS).

A Siemens é investigada por suspeita de participar do cartel dos trens em São Paulo entre os anos de 1998 e 2008. Rheinheimer diz que o dinheiro que teria sido repassado a tucanos era para abastecer um caixa 2 do PSDB e do DEM em campanhas eleitorais.

Trata-se do primeiro documento oficial que vem a público com referência a supostas propinas pagas a políticos ligados a governos do PSDB. Até agora, o Ministério Público e a Polícia Federal apontavam suspeitas de corrupção que envolviam apenas ex-diretores de estatais como a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O relatório foi encaminhado à Polícia Federal.

Segundo o “Estadão”, no texto o ex-executivo escreve que o cartel “é um esquema de corrupção de grandes proporções, porque envolve as maiores empresas multinacionais do ramo ferroviário como Alstom, Bombardier, Siemens e Caterpillar e os governos do Estado de São Paulo e do Distrito Federal”. Ele também diz estar disposto a contar o que sabe, mas sugere receber em contrapartida sua nomeação para um alto cargo na mineradora Vale.

Rheinheimer diz ser o autor da carta anônima que deflagrou a investigação do cartel dos trens, enviada em 2008 ao ombudsman da Siemens. Ele é um dos seis lenientes que assinaram um acordo com o Cade, no qual a empresa alemã revela as ações do cartel de trens.

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