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Golpistas fecham com Alckmin

ALCKMIN FECHA COM O CENTRÃO

Os partidos do chamado Centrão decidiram ontem apoiar a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República.

O acordo foi fechado após um dia marcado por intensas negociações, que começaram com um café da manhã na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em Brasília, e terminaram com encontro na casa de Alckmin, em São Paulo.

O ex-governador chegou a cancelar evento em Minas Gerais para receber representantes do grupo.

A aliança ainda vai depender de formalização por parte dos partidos – DEM, PP, Solidariedade, PR, Avante, PRB e PHS. Com o apoio do bloco, o tempo de Alckmin na propaganda eleitoral, que era de 78 segundos, subirá para 249 segundos (4 minutos e nove segundos).

Somando o apoio que Alckmin já tinha de PPS, PV, PTB e PSD, seu tempo de exposição no rádio e na TV chegará a 360 segundos (seis minutos). O PT, por exemplo, terá apenas 95 segundos (um minuto e 35).

Durante o encontro em São Paulo, Alckmin conseguiu quebrar a resistência de Rodrigo Maia, que se inclinava para o apoio a Ciro Gomes, do PDT, que realiza sua convenção nacional hoje.

Pesou na decisão do bloco o temperamento de Ciro e as diferenças ideológicas com o PDT. Segundo as informações, o tucano aceitou que seu vice na chapa seja o empresário Josué Gomes (PR), da Coteminas, filho de José Alencar, que foi vice-presidente de Lula.

Antes de embarcar para São Paulo, o presidente do DEM, Antônio Carlos Magalhães Neto, deu a entender que as divisões de posição seriam superadas.

“Não vamos expressar, por enquanto, nenhum tipo de tendência, mas os partidos do centro democrático vão estar unidos na decisão que tomarmos”, disse ele, um dos principais interlocutores durante as negociações.

No caso do DEM, o diretório nacional estava praticamente rachado entre Alckmin e Ciro. No PP e no Solidariedade, a tendência era de apoiar o candidato pedetista, mas PRB e PR preferiam o tucano. Até mesmo integrantes de partidos fora do bloco foram ao café na casa de Rodrigo Maia, como os deputados Bebeto (PSB-BA), Marcelo Aro (PHS-MG) e Luís Tibé (Avante-MG).

Do Centrão, participaram o presidente do PRB, ex-ministro Marcos Pereira, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI), e os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Paulinho da Força (SD-SP). O ex-deputado Valdemar da Costa Neto esteve lá pelo PR.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) visitou, no mesmo horário, o presidente da Câmara, mas garante que não participou da conversa com os demais partidos. “Vim visitar o amigo. Ele (Maia) soube que eu estava aqui e me chamou”.

Fontes que acompanharam as conversas pela manhã anteciparam que se fortaleceu a tendência de apoiar Geraldo Alckmin, que já acenara com a possibilidade de convidar para vice Josué Gomes, indicado pelo bloco.

Restava, porém, a dúvida quanto à capacidade de Alckmin crescer ao longo da campanha.

Antes de fechar o acordo com Alckmin, ACM Neto disse ao JORNAL DO BRASIL que o DEM sugeriu a Ciro Gomes uma nova formatação, “mais liberal”, do seu programa de governo, para que haja uma convergência programática em uma eventual coligação.

“Essa nova formatação está evoluindo bem, mas ainda precisamos de algumas certezas”, comentou ele.

Mais conservadores, os dirigentes dos outros partidos do bloco não escondiam a preocupação com o temperamento de Ciro, que poderia prejudicar sua performance na corrida eleitoral e também o diálogo com interlocutores considerados importantes para esses partidos, como o mercado financeiro e o empresariado.

JB

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