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Jantar de Gilmar para investigados da Lava Jato teve proposta inacreditável de Serra

Gilmar ouve as proposta de Serra durante o Jantar

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, recebeu para um jantar, em sua residência, políticos delatados na Operação Lava Jato.

A confraternização oferecida por Gilmar foi para celebrar o aniversário de José Serra (PSDB). Michel Temer, que será julgado pelo próprio Gilmar no TSE em ação que pode cassar o seu mandato, também participou da comilança.

Estavam presentes ainda os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e José Agripino Maia (DEM-RN) – todos alvos da delação da Odebrecht e de pedidos de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

Para a imprensa, interlocutores de Gilmar disseram que o encontro foi marcado para discutir a reforma política e, ao mesmo tempo, comemorar os 75 anos do senador Serra. Essa é a versão oficial e que, notadamente, ficou apenas em teoria. A verdade é que, na festa, tratou-se de tudo.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, José Serra levantou uma pauta inusitada durante o jantar: remover o sistema eleitoral da Constituição do Brasil.

Diante das turbulências provocadas pela Lava Jato, o aniversariante da noite revelou aos convidados que irá apresentar na próxima semana uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira da Constituição os dispositivos que regulam o sistema eleitoral.

Serra também prega o parlamentarismo e pediu a Eunício, presidente do Senado, que crie um grupo para discutir o sistema de governo.

Alguns analistas políticos observam que a proposta de Serra pode ter como objetivo o cancelamento das eleições de 2018.

De acordo com as últimas pesquisas eleitorais, o ex-presidente Lula lidera a disputa pela Presidência da República em primeiro e segundo turnos.

Não se sabe, porém, se Lula poderá ser candidato, já que é réu em ações penais e, se condenado, deve ficar inelegível.

Outra pauta preocupante para a democracia brasileira discutida pelos caciques políticos no jantar de Gilmar foi a possibilidade de criação de um modelo de financiamento público de campanhas com uma lista fechada de candidatos para as eleições de 2018.

Além disso, discutiu-se na confraternização a anistia ao caixa 2, proposta que, se aprovada, salvará a pele de metade dos políticos de Brasília.

Tudo isso na casa de Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribuna Federal, e presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, que estará jugando Temer por irregularidades de financiamento na campanha presidencial ao lado de Dilma Rousseff.

Não pense que é brincadeira de ninar, é verdade. Nesse país tudo pode.

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