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MESMO APÓS EXTRATOS, PSDB SE RECUSA A DEIXAR CUNHA

Eduardo Cunha e o parceiro Aécio Neves

O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), voltou a dizer nesta quinta-feira 8 que o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), merece o “benefício da dúvida”, mesmo após autoridades suíças terem enviado ao Brasil extratos de quatro contas bancárias que o peemedebista mantinha no banco Julius Baer, onde havia o montante de US$ 2,4 milhões, atualmente bloqueado.

“A denúncia é grave. O presidente da Câmara deve explicações não só ao PSDB mas ao país. Por ora, ele tem o benefício da dúvida, uma vez que os documentos ainda não foram divulgados e ele não se manifestou sobre os documentos”, afirmou o tucano. Reunida ontem, a cúpula do PSDB no Congresso decidiu, sobre que posição tomar em relação a Cunha, que não deve nem “jogar pedra” nem “blindar” o deputado.

O tratamento dispensado a Cunha é o oposto do que recebe a presidente Dilma Rousseff por parte dos tucanos.

Dilma, contra quem não houve nenhuma comprovação de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, nem citação do nome da presidente, é alvo de um movimento da oposição para que deixe o poder.

O motivo, claro, é o fato de Cunha ser o responsável por avaliar pedidos de impeachment que chegam à Câmara.

Questionado hoje se os tucanos entrarão com um pedido para tirar Dilma do poder, Aécio Neves, que preside a legenda, respondeu:

“O PSDB vai aguardar a manifestação do presidente da Câmara dos Deputados. O líder Carlos Sampaio que acompanha isso diariamente poderá aqui falar com mais detalhes em relação a isso, e, obviamente, se o impeachment for colocado em votação, o PSDB se colocará favoravelmente àquilo que pensa não apenas os seus eleitores, mas mais de 60% da sociedade brasileira.”

Um dos argumentos da oposição para o impeachment é a rejeição das contas do governo em 2014 pelo TCU por uma prática observada também em governos anteriores.

Outra tentativa é pelo TSE, onde corre julgamento de ação proposta pelo PSDB para cassar o mandato da presidente e do vice, Michel Temer, por supostamente terem recebido dinheiro de propina durante a campanha.

A UTC, empreiteira envolvida no esquema e que fez doações ao PT, no entanto, doou, no entanto, quantia ainda maior à campanha de Aécio Neves no ano passado.

Luciano Attuch

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