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Mourão e Congresso rebatem Carlos Bolsonaro

Montagem com fotos de Hamilton Mourão e Carlos Bolsonaro — Foto: Valter Campanato/Agência Brasil; Reuters

Os principais jornais do país destacam as reações do vice-presidente, Hamilton Mourão, e da cúpula do Congresso Nacional às declarações do vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Para o vereador carioca, por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá tão rapidamente.

Como presidente em exercício, Mourão respondeu que a democracia é um pilar fundamental e que o Brasil não pode cogitar outro caminho que não passe por essa via. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, enfatizou que “uma frase dessas espanta quem quer investir no país”. Segundo ele, “quem paga é o povo mais pobre” e pessoas “relevantes” ou “parentes de alguém relevante” devem tomar cuidado com o que dizem para não gerar crises.

Enquanto o país perde tempo com mais uma declaração da família presidencial, Bolsonaro segue internado em São Paulo se recuperando da cirurgia de hérnia. Ele não comentou o caso. “Congresso e Mourão reagem a Carlos e exaltam democracia”, informa a manchete do Globo.

Em sua primeira página, O Estado de S.Paulo informa que, para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a frase de Carlos Bolsonaro merece apenas “desprezo”.

O matutino também destaca o comentário do general Santa Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, que afirmou que “a democracia precisa de atenção permanente, equilíbrio, decisão, coragem e lucidez”. “As bravatas, oportunismos, desequilíbrios e infantilidades são perfeitamente identificadas e precisam ser repudiadas pela sociedade”, diz o general.

O jornal paulista também registra que o porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros, declarou que “o que é tuitado nas redes sociais é de responsabilidade de quem o fez”.

De acordo com o Estadão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi um dos poucos que saiu em defesa do irmão. Enquanto autoridades repudiaram a atitude de Carlos, Eduardo disse que as declarações “não têm nada de mais”. De acordo com ele, o irmão havia tentado dizer que “as coisas em uma democracia demoram porque exigem debate”. “Mourão e Congresso rebatem Carlos e defendem democracia”, sublinha o título principal do Estadão.

Em sua manchete, a Folha de S.Paulo revela que, apesar dos homicídios terem caído 10% em 2018, a polícia matou mais no mesmo período. O número de 57.341 assassinatos no ano passado foi inferior ao dos anos anteriores, porém a quantidade de pessoas mortas pela polícia bateu o recorde no mesmo período, com 6.220 casos.

Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública ainda demonstram que a letalidade policial teve alta de 20% em 2018 em relação a 2017 e de 47% em relação a 2016. Além disso, o estudo apontou perfil das vítimas: a maior parte é negra (75,4%), entre 18 e 29 anos (68,2%) e estudaram só até o ensino fundamental (81,5%). “Assassinatos caem 10% em 2018, mas polícia mata mais”, afirma a manchete da Folha.

Matheus Leitão

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