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O “bloco do Triplo X” já pode sair. Moro já fez seu Carnaval no Guarujá

A comissão de frente de Sérgio Moro

Dias antes, soltara Renata Pereira Brito e Ricardo Honório Neto que, como os outros, haviam sido presos no  dia 27 de Janeiro e todos, espalhafatosamente, conduzidos a Curitiba, com direito à exibição aos lado de policiais de negro com suas alegorias e adereços bélicos, contra os dois casais de detidos, com sua evidente capacidade de confronto físico.

Ah, assim, com direito também a uma foto com o “japonês da Federal”, acusado e preso por contrabando e que agora é o herói da moralização.

A pergunta inevitável é: porque tanto espalhafato com algo que poderia ter sido feito com intimações para depor e uma simples busca e arpeensão de documentos?

Ora, é carnaval!

Do nome de “Triplo X” às imagens dos presos sendo conduzidos, tudo é parte daquilo que o Dr. Moro chama, em  suas teorias sobre a Operação Mãos Limpas italiana, em que faz a mais desavergonhada apologia da ilegalidade dos vazamentos do que deveria ser sigiloso, embora com o cuidado de não aparecerem seus autores, nas palavras “morais” que podem ser lidas no DCM:

“Os responsáveis pela operação mani pulite ainda fizeram largo uso da imprensa.

Com efeito: para o desgosto dos líderes do PSI, que, por certo, nunca pararam de manipular a imprensa, a investigação da ‘mani pulite’ vazava como uma peneira.

Tão logo alguém era preso, detalhes de sua confissão eram veiculados no ‘L’Expresso’, no ‘La Republica’ e outros jornais e revistas simpatizantes.

Apesar de não existir nenhuma sugestão de que algum dos procuradores mais envolvidos com a investigação teria deliberadamente alimentado a imprensa com informações, os vazamentos serviram a um propósito útil.”

Moro faz a espetacularização com objetivos que, a esta altura, são tão disfarçados quanto o “Triplo X” de operação  evidencia seu alvo no triplex de que Lula é “acusado” de ter querido comprar.

E, como o espetáculo, nestes dias, é o Carnaval, Moro fez a sua folia, com a devida cobertura dos “jornais e revistas simpatizantes”, além da TV.

Que se reproduzem em sandices na internet que deixam a população tão “bem informada” que, ontem, tive de aguentar um sujeito no posto de gasolina dizer que o desconto no pagamento que as operadoras de cartão de crédito fazem do recebido pelo comerciante era “a Dilma que tomava”, que a lancha do dono da rede Manchete era do “Lulinha” e que ele, além da Friboi, tinha também comprado a operadora de telefonia Oi quando esta foi privatizada.

O  Doutor Moro, quem diria – ele, com aquela cara ascética – virou um carnavalesco.

Fernando Brito

 

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