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O govermador de São Paulo, João Doria, desafia o presidente Bolsonaro

DORIA E BOLSONARO. ANTES ERAM ASSIM.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou nesta segunda-feira, 24, a ameaça feita pelo presidente Jair Bolsonaro a um repórter do jornal O Globo, classificando a atitude como “lamentável” e “triste”.

“Nem o senhor nem ninguém vai ameaçar a democracia do Brasil. A democracia, presidente Bolsonaro, é mais forte que o senhor”, afirmou.

 Na véspera, Bolsonaro foi questionado sobre os repasses de R$ 89 mil feitos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

“Vontade de encher tua boca de porrada”, respondeu ao jornalista que fez a pergunta.

Nesta manhã, durante evento no Palácio do Planalto, o presidente voltou a atacar a imprensa.

Ele referiu-se a jornalistas como “bundões” e afirmou, sem embasamento, que os profissionais teriam “chance de sobreviver bem menor do que a minha” a uma infecção pela covid-19.

“Eu não me lembro de um presidente que tenha dito isso frontalmente a um jornalista que gostaria de agredi-lo e esmurrá-lo fisicamente”, afirmou Doria durante entrevista coletiva.

Ele também reforçou que a democracia garante a liberdade de imprensa como valor indissociável, e que o Estado de São Paulo segue esse princípio.

“Nem o senhor nem ninguém vai amedrontar ou emparelhar jornalistas e veículos de comunicação sérios do nosso País. A democracia, presidente, é mais forte que o senhor. Ela já resistiu em tempos recentes a outras ameaças. E resistirá também ao seu ímpeto de flertar com o autoritarismo.”

Doria, que anunciou na sexta-feira estar curado da covid-19, ainda lamentou que, no evento desta manhã, o presidente Bolsonaro não tenha mencionado as vítimas do novo coronavírus ou prestado solidariedade às famílias em luto.

“Eu tenho a impressão que o senhor ama apenas a si próprio e aos seus filhos, e despreza a vida e os brasileiros que o elegeram.”

RBC

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