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O paraíso brasileiro também produz bandidos em escala industrial.

De longe, o nosso país parece um verdadeiro paraíso ambiental.

Não temos, tufão, tsunami, Furacão, vulcão, tempestade de neve e os poucos terremotos que acontecem não causam danos significativos, são quase inexistentes.

O país divulga suas praias, seu mar, o Pantanal cheio de biodiversidade e a floresta Amazônica, aparentemente infinita.

Mas, na verdade, temos corruptos e bandidos em grande quantidade.

Eles se infiltraram em todos os segmentos da sociedade em escala industrial.

Nesse momento já consolidamos e resgatamos o conhecimento internacional da nossa subserviência política e da desconstrução de nossa soberania.

 Agora iniciamos uma caminhada para transformar o meio ambiente e a vida dos mais humildes em um inferno.

Um inferno para o emprego, para a carteira assinada, para o atendimento da saúde, moradia, educação, e uma aposentadoria pós morte.

Por outro lado se pode constatar  que a destruição do meio ambiente brasileiro é um dos principais projetos do novo governo.

Ele está numa missão mefistofélica: quer acabar com os bons costumes. Com os direitos humanos. Com a ciência. Com os projetos de emancipação. Desconstruindo o Brasil enquanto sociedade minimamente civilizada e atentando frontalmente contra o pensamento esclarecido.

São seres que agem e falam com arrogância e crueldade.

São seres que se comprazem até mesmo com a morte de crianças, a exemplo do ocorreu com o neto de Lula.

Seres que não conhecem a diferença entre flertar e assediar.

Os mesmos que professam o nome de Deus de forma vã. Entretanto,  faltam com a verdade, blasfemam e comentem todos os tipos de atrocidades contra os mais legítimos interesses da sociedade e da nação.

Na relação com o meio ambiente me lembro de um provérbio alemão que diz:  “o peixe começa a feder pela cabeça”.

Já sabemos o que pensa esse governo pensa sobre proteção ambiental.

O exemplo dado pelo presidente Bolsonaro sobre essa questão. Foi ser multado pelo Ibama enquanto pescava ilegalmente numa reserva natural.

Ele violou a lei e prometeu pagar a multa – mas até hoje não o fez.

Em outras palavras: o presidente bate na tecla do direito e da lei. Mas não quando se trata dele e do seu clã.

Nesses casos, fica raivoso. Curiosamente, agora o seu governo tirou praticamente o poder do Ibama e assim esvazia a proteção ambiental.

O ministro Salles demitiu 21 superintendentes do Ibama. A justificativa: “Precisam ter um alinhamento conosco, disse ele. É um cargo de confiança.”

Esse posicionamento de Salles reflete a linguagem da máfia.

Como que por coincidência, entre os superintendentes exonerados do Ibama, também está Júlio Cesar Dutra Grillo. Ele havia alertado para o rompimento da barragem em Brumadinho.

Da mesma forma, Tereza Cristina não parece ser a ministra da Agricultura, mas do Envenenamento dos Consumidores.

Nos primeiros 50 dias do novo governo, 54 novos agrotóxicos foram aprovados.

O Ministério da Agricultura deu sinal verde para que novos fabricantes possam comercializá-los, e que novas combinações químicas entre eles sejam permitidas.

Por causa de sua alta toxicidade, alguns desses produtos são proibidos no exterior. Mas isso parece ser secundário, desde que o agronegócio esteja ampliando os lucros.

Tem sentido, nessa lógica, que a Anvisa também esteja sendo esvaziada, quando se tratar de participar das reuniões de licenciamento de novos pesticidas.

Em outros países do mundo, procuram-se meios de plantar alimentos de forma mais saudável.

Na Alemanha, até 2030, os orgânicos deverão ser plantados sobre 20% das terras agrícolas.

Ao mesmo tempo, o mercado de alimentos orgânicos registra crescimento constante ano por ano – só em 2018, foram 5,5%.

Não é o caso do Brasil. A Fundação Oswaldo Cruz analisa 30 alimentos regularmente. Em algumas amostras, é possível encontrar até 15 agrotóxicos diferentes.

E o que o legislador faz?

Nada. No Congresso circula o chamado “pacote do veneno”, que almeja a aprovação de mais agrotóxicos.

Com frequência, os inseticidas chamados de neonicotinoides são responsáveis pela morte das abelhas. Na Europa, os neonicotinoides são proibidos. No Brasil, não.

A indústria agrícola é contra. Mais um produto licenciado recentemente é o Sulfoxaflor, igualmente conhecido por envenenar abelhas.

Não surpreende que a última campanha eleitoral de Tereza Cristina tenha sido financiada por 12 empresários ligados ao agronegócio. Entre eles está por exemplo o empresário rural Ismael Perina Júnior.

Ele é membro do conselho consultivo da Coplana, que vende agrotóxicos no interior de São Paulo.

Agro é tudo. Agro é pop.

Agro é encher o bolso do empresário de dinheiro e o estômago do brasileiro de pesticida.

Agro é tudo. Agro é pop.

Carlos Lima com informações de Philipp Lichterbeck

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