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Pesquisa aponta saída de Bolsonaro por 62% dos baianos

A saída de Jair Bolsonaro da Presidência da República é aprovada por 62% dos baianos, enquanto 28% acham que ele deveria continuar no poder. Outros 10% não souberam responder.

Os dados são da pesquisa A TARDE-DataPoder360, realizada entre os dias 8 e 10 de junho. Com margem de erro de dois pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%, o levantamento ouviu 2,5 mil pessoas por telefone em 197 municípios da Bahia.

Os números são consideravelmente diferentes ao do resto do Brasil. Nacionalmente, quem quer ver Bolsonaro fora da presidência é maioria, mas a proporção é bem mais equilibrada.

No total, 48% pedem que ele deixe o poder, enquanto 43% defendem que fique. Outros 9% não souberam.

O Data Poder 360 ouviu 2,5 mil pessoas, em 518 municípios de 26 estados e do Distrito Federal.

Essa diferença de opinião é refletida na rejeição dos baianos ao mandato do presidente, desaprovado por 62% e aprovado por apenas 25%.

Em Salvador, onde o instituto entrevistou 800 pessoas, a desaprovação chega a 65% contra 24% de aprovação. No Brasil, Bolsonaro tem a gestão desaprovada por 50% da população e a porcentagem dos que aprovam é de 41%.

Também aferiu a avaliação sobre governo federal. E os números mostram que, na Bahia, após um período de estabilidade, a avaliação negativa voltou a disparar.

O percentual dos que consideram o governo como ruim ou péssimo chegou a 52% – o maior desde a primeira rodada da pesquisa, feita entre 13 e 15 de abril, quando o grupo representava 33%.

Por outro lado, a avaliação positiva, que começou em 33% na primeira quinzena de abril chegou a 23% no levantamento realizado nesta semana. Por fim, 25% consideravam o governo regular; agora, são 20%.

O Data Poder 360 também mediu a percepção em relação aos protestos pró e contra Bolsonaro nas últimas duas semanas. Os dados mostram que os baianos não aderiram e nem pretendem aderir às manifestações, tanto as favoráveis quanto as contrárias ao presidente.

Apenas 3% dos entrevistados participaram de algum protesto. Outros 31% responderam que não participaram, mas pretendem comparecer a alguma manifestação. Já 64% disseram que não pretendem ir a nenhum ato.

O principal motivo que levaria os baianos às ruas é a rejeição a Bolsonaro – 58%. Para 20%, a maior causa seria apoiar o presidente. Igualdade racial (5%), educação (3%), igualdade de gênero (1%) e outras causas (1%) foram outros motivos citados.

Em Salvador, 6% dos entrevistados participaram de protesto nas últimas semanas; 24%, não, mas pretende participar. Outros 69% não querem comparecer a manifestação alguma.

Na capital baiana, a rejeição a Bolsonaro também foi a principal causa de manifestação, sendo a motivação de 62% que ocuparam as ruas. Já 15%dos entrevistados foram a atos por apoio ao presidente.

Igualdade racial foi a causa de 14% dos manifestantes. Educação (4%) e igualdade de gênero (3%) foram outros motivos citados.

A pesquisa mediu em quais grupos sociais o presidente tem maior rejeição na Bahia. Os maiores percentuais dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo estão entre idosos (58%), homens (57%), pessoas com ensino superior (67%) e com renda de até dois salários mínimos (68%).

Um tendência diferente pode ser observada na avaliação do presidente na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e em demais municípios baianos. A rejeição, antes consideravelmente maior na RMS do que no interior, agora é mais homogênea nos dois grupos.

Na RMS, 56% acham o mandato de Bolsonaro ruim ou péssimo. Nos demais municípios, o percentual soma 51%.

O presidente vai melhor entre os mais ricos, aqueles com renda acima de dez salários mínimos (43% de ótimo e bom), pessoas que não frenquentaram a escola (36%) e idades entre 25 e 44 anos (25%). A avaliação de ótimo e bom entre homens e mulheres é parecida – 24% e 23%, respectivamente.

Já nacionalmente, há grande diferença na avaliação de Bolsonaro entre homens e mulheres.

Para 35% dos entrevistados do sexo masculino, o presidente faz um trabalho “bom” ou “ótimo”. Entre mulheres, o percentual cai para 22%.

No quesito renda, o presidente tem seu melhor desempenho no grupo que não tem salário fixo ou ganha até dois mínimos por mês: a taxa de aprovação entre esses entrevistados vai a 33%.

A pesquisa indica ainda um novo movimento entre os apoiadores do presidente. Houve uma alta significativa de rejeição entre as pessoas com menor grau de instrução – de 21 pontos percentuais.

Na última pesquisa, 36% dos que não foram à escola rejeitavam o governo. Agora, são 57%.

A Tarde

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