Em meio a suspeitas de corrupção envolvendo quadros do partido em contratos da Petrobrás, o Partido Progressista (PP) acertou ontem com a presidente Dilma Rousseff a indicação do hoje ministro das Cidades, Gilberto Occhi, considerado um quadro “técnico” da legenda, para a pasta da Integração Nacional.
O PP comandava a pasta anterior desde 2005. A troca é considerada um “rebaixamento”, por causa do volume de dinheiro gerido em cada pasta.
Como compensação, Dilma ofereceu ao PP a presidência do Banco do Nordeste. A proposta foi aceita, mas ainda sem nome definido para assumir o posto.
Oficialmente, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), limitou-se a dizer que o partido está satisfeito com a nova configuração.
Na prática, os progressistas ficaram sem opção. Dilma vinha tentando nas últimas semanas convencer o PP a aceitar a troca de Cidades por Integração, mas até a manhã de anteontem os líderes da legenda ainda resistiam à proposta.
Entretanto, horas depois, a presidente anunciou que o comando da cobiçada pasta iria para o PSD, o que os forçou a entrar em um acordo: ou aceitavam Integração, ou ficariam com uma pasta de influência ainda menor.
O Ministério das Cidades administrou em 2014 um orçamento de R$ 22,8 bilhões em investimentos e custeio.
Na Integração, esse valor foi três vezes menor no mesmo período, chegando a pouco mais de R$ 7 bilhões – com previsão em 2015 de redução à quase metade, cerca de R$ 4,7 bi.
É também Cidades o ministério responsável pela execução do Minha Casa Minha Vida, um dos programas mais importantes do governo.
Fonte: Débora Bergamasco