O Brasil ocupará a cadeira de presidente do Mercosul nesta terça-feira. Alberto Fernandez, aliado de Lula, cede ao chefe de estado o assento em meio a tensões com a União Europeia, assunto que deve ser priorizado em discussões com os países vizinhos, Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países.
Lula participará do bloco pela primeira vez em seu mandato e é possível que traga à tona a insatisfação com as exigências ambientais feitas pela UE para ratificar o acordo de livre comércio entre os dois blocos.
A pauta trouxe discussões desde o início do ano.
O retorno da Venezuela ao Mercosul, apesar da aproximação de Lula com Nicolás Maduro, não deve acontecer.
O país foi suspenso do bloco em 2016, por violar a cláusula democrática, um critério estipulado pelo Protocolo de Ushuaia.
De acordo com a embaixadora Gisele Padovan, “não há previsão [de retorno do país ao grupo, mas é um tema que está na nossa pauta”, anunciou.
“Gostaríamos de ver a Venezuela reintegrada ao Mercosul e, por isso, precisamos dialogar”
Gisele Padovan, embaixadora e secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty.
Outro assunto que deve estar presente no encontro é a intenção do Uruguai de firmar acordo bilateral com a China. Tanto o Brasil como a Argentina desaprovam a ideia. A crise na Argentina também deve ser discutida.
Tratados e acordos internacionais
Para o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio, o governo brasileiro espera, na liderança do bloco, conseguir concretizar o acordo de livre-comércio com a União Europeia.
Após carta adicional enviada pelo bloco europeu, novas negociações foram necessárias, mas o Brasil pretende reafirmar o desejo de discutir o tema, mas ciente de que alterações no texto serão necessárias.
Um documento será apresentado para os companheiros do Mercosul, e depois para a UE.
“É um trabalho delicado, exigiu coordenação interna muito intensa, muito importante porque há muitos detalhes”, explicou.
“Mas o que eu posso dizer é que não tardará que apresentemos o documento aos parceiros do Mercosul”, explica Lyrio.
Isadora Costa