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Pressionado por EUA e ONU, Brasil rejeita novo envio de tropa ao Haiti por ‘atritos internos’

Soldados da paz da ONU do Brasil no Haiti

Para Brasília, não existe clima para uso das forças nacionais no exterior enquanto a situação entre o Executivo e o Exército Brasileiro não ficar esclarecida após a tentativa de golpe.

No entanto, Brasil vai fornecer treinamento para policiais haitianos ainda este ano. Canadá e EUA também recusaram o envio de tropas.

A Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH, na sigla em inglês) foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU em 2004 para restaurar a ordem no Haiti, e teve um dos seus braços militares comandado pelo Exército Brasileiro por 13 anos.

A missão teve fim em 2017, entretanto, uma nova etapa de desestabilização com a explosão de violência e uma disputa pelo poder foi aberta. Desde o início deste ano, mais de 2,4 mil haitianos morreram por conta da violência no país, relata a coluna de Jamil Chade no UOL.

Nos últimos dias, a ONU vem insistindo sobre a necessidade urgente de uma operação que possa novamente estabelecer a paz no país, com o governo brasileiro sendo consultado, tanto pelas Nações Unidas quanto pelo governo dos Estados Unidos, sobre envio de tropas nacionais.

Brasília, porém, considerou que o clima no país não era adequado para tal engajamento, relata o colunista.

Ainda segundo a mídia, o governo Lula aponta que o mal-estar entre uma parte dos generais das Forças Armadas e o Executivo brasileiro influencia na recusa em negociar novo envio de missão militar.

O mal-estar, que já era notado desde os primeiros dias da gestão Lula, ganhou uma dimensão ainda maior após as revelações sobre a delação do tenente-coronel, Mauro Cid, que teria indicado como o ex-presidente, Jair Bolsonaro, debateu a possibilidade de um golpe com a cúpula das Forças Armadas.

Visto isso, a gestão Lula acredita que “não há ambiente” para o envio de tropas, principalmente porque muitos dos comandantes brasileiros, que lideraram a operação no Haiti, acabaram tendo um papel importante no governo Bolsonaro.

Augusto Heleno, Fernando Azevedo e Silva, Tarcísio de Freitas e Carlos Alberto dos Santos Cruz fizeram parte das tropas enviadas pelo Brasil ao país e, nos últimos anos, ocuparam importantes cargos na administração anterior.

Spunik

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