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Senado vai ao STF contra busca em gabinete de líder.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Foto: Marcelo Camargo/ABr

Os principais jornais do país destacam a busca e apreensão da Polícia Federal no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e de seu filho Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE), assim como suas consequências políticas. Os parlamentares são suspeitos de receber R$ 5 milhões em propinas por desvios de obras públicas entre 2012 e 2014.

Autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a ação foi considerada desnecessária pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Em seu texto principal, O Estado de S.Paulo informa que Alcolumbre contestará a ação no STF em meio à nova crise aberta entre Legislativo e Judiciário. Senadores estão preocupados com o futuro das articulações do Planalto na Casa. Fernando Bezerra deixou o cargo de líder à disposição do presidente Jair Bolsonaro. “Senado reage a ação da PF contra líder e recorre ao STF”, destaca a manchete do Estadão.

Em seu título principal, O Globo diz que Bolsonaro pediu explicações ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre a atuação do órgão investigador no caso de Fernando Bezerra Coelho. O Planalto vê com cautela uma eventual substituição dele da liderança do governo no Senado.

O político pernambucano é alvo de delação premiada do doleiro João Lyra em desdobramento nascido da operação Lava Jato. O inquérito em questão apura irregularidades em obras da transposição do Rio São Francisco. Fernando Bezerra foi ministro da Integração durante o governo Dilma Rousseff.

O Globo lembra que as buscas foram solicitadas pela PF e autorizadas por Barroso. A Procuradoria-Geral da República foi contrária, contudo, a ação policial. “Senado contestará no STF ação da PF contra líder do governo”, sublinha a manchete do Globo.

Ainda sobre a busca da PF no Senado, a Folha de S.Paulo lembra que, além da tramitação reforma da Previdência, também está em jogo no Senado a aprovação do nome de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair Bolsonaro, para a embaixada do Brasil em Washington, nos EUA.

Um eventual afastamento de Bezerra da liderança do governo, informa a Folha, pode deixar a gestão sem um articulador em um momento importante. Alem da indicação para a embaixada, o governo quer evitar a derrubada de vetos presidenciais, por exemplo, à lei de abuso de autoridade.

Uma outra preocupação do governo no Senado é a aprovação de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República, mesmo que neste caso a articulação esteja mais avançada. Aras ainda terá de passar pela sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), em audiência marcada para a próxima quarta-feira (25). “PF mira líder do governo e põe articulação em xeque”, diz o título principal da Folha.

Em sua primeira página, a Folha ainda revela que, na última segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro perdeu um processo contra o jornal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão foi unânime, por sete votos a zero.

Bolsonaro abriu processo contra o presidente do grupo Folha, Luiz Frias, a acionista do jornal Maria Cristina Frias e a repórter Patrícia Campos Mello. Além deles, Bolsonaro também processava seus adversários de campanha eleitoral, Fernando Haddad (PT) e Manuela d’Ávila (PCdoB).

O processo foi ajuizado pela chapa vencedora das eleições ainda em outubro de 2018 por conta da reportagem “Empresários bancam campanha contra o PT pelo whatsapp”. A matéria revelava que empresários impulsionaram, no período eleitoral, disparos em massa pelo aplicativo contra o PT, alguns deles contendo FakeNews.

Matheus Leitão

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