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Temer e a mosca azul. Mas ele sabe quem foi Café Filho.

Esperava-se

Que o bico adunco de Michel Temer crocita em silêncio a esperança do queijo do poder, parece fora de dúvidas.

Mas é preciso muita calma antes de conclui-se que ele está com os dois pés na canoa golpista.

Temer não tem o PMDB, e isso o provou quando foi guindado à Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, de resto uma pasta pleonástica, porque este papel é da Casa Civil e, finalmente, foi entregue a alguém efetivo, com Jaques Wagner.

O PMDB é uma federação que se equilibra na disputa de apetites.

Cunha preserva uma parte; minguante, é verdade.

No Rio, está perdido: os donos do partido – Paes, Cabral, Pezão e Picciani – sabem que precisam do Governo Federal e não podem mais brincar de “Aezão”. O pupilo de Temer no Rio, Moreira Franco, não é um zero á esquerda, é um número negativo.

O desmentido de André Moura, um de seus mais fiéis “cunhistas” de que tivesse gravado uma conversa com Jaques Wagner mostra que ninguém está disposto a descer os sete palmos políticos assim, de graça.

Temer tem mais pose  que comando efetivo dentro do PMDB.

Tem também conhecimento histórico o suficiente para saber o que se passou com João Café Filho, o vice de Getúlio Vargas que, em meio à crise que levaria o presidente ao suicídio, “civicamente”  ao gaúcho: “Caso o senhor deixe desta ou daquela maneira este palácio, a minha obrigação constitucional é vir ocupá-lo”. De fato, ocupou inexpressivamente a cadeira, foi afastado por “motivos de saúde” e deu lugar a um golpista assumido, Carlos Luz, que acabou “impixado” por tentar impedir a posse de JK.

Café Filho fui para o lixo político eterminou seus dias com uma sinecura no Tribunal de Contas  da Guanabara.

É bom prestar atenção nos movimentos de Temer junto a Geraldo Alckmin, com que se encontrará estes dias.

De qualquer forma, é difícil, com Cunha ao mar, que ele possa comandar o partido.

O PMDB é prático demais para isso.

Fernando Brito

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