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Colbert sobre reabertura do comércio “podemos rever a qualquer momento essa decisão”

Prefeitura de Feira de Santana flexibiliza decreto, e comércio volta a funcionar parcialmente — Foto: ACM / Prefeitura de Feira de Santana

Após um mês de portas fechadas, as lojas do comércio e de serviços com até 200 m² reabriram nesta terça-feira (21), em Feira de Santana, a cerca de 100 quilômetros de Salvador. Em entrevista ao Jornal da Manhã, o prefeito Colbert Martins explicou que decidiu possibilitar que os estabelecimentos comerciais voltem a funcionar, porque eles conseguiram achatar a curva de contágio da doença.

“Nessas circunstâncias, teremos uma certa folga para darmos as condições para que pessoas possam se deslocar mais, desde que mantenham certos cuidados. Há um compromisso de parte a parte, se for cumprido para evitar a transmissão, mantemos esse tipo de flexibilização. Se não for, podemos rever a qualquer momento essa decisão”, justificou o prefeito.

Colbert Martins afirmou que não conversou com o governador Rui Costa antes de publicar o decreto que autoriza o funcionamento das lojas. O Governo do Estado tem endurecido as medidas para evitar a propagação do coronavírus na Bahia.

“Não é necessário consultar o governador. É uma decisão absolutamente local. Fizemos como no primeiro caso registrado lá no dia 6 de março, em Feira de Santana. Começamos a tomar todas as medidas antes do estado, que depois se aproximou das medidas de emergência e calamidade que já havíamos tomado. Então, essa decisão é local, tomada em consonância com os interesses de todos”, disse.

Por conta da pandemia, a micareta de Feira de Santana, tradicional carnaval fora de época realizado na cidade, foi cancelada. A festa estava programada para ocorrer no próximo fim de semana.

Com a suspensão da celebração, os artistas locais entraram em contato com a prefeitura e entregaram um manifesto com quase mil assinaturas para pedir ajuda. Colbert Martins afirmou que não tem como socorrer a classe artística com dinheiro, mas pode fornecer cestas básicas doadas ao município.

“Estamos fazendo o que é possível fazer. O Secretário Edson Borges, de Cultura, com o próprio carro, está recolhendo cestas básicas para que a ajuda possa chegar para essas pessoas. Muitos são informais. E dentro da informalidade estão pleiteando essa ajuda de R$ 600 que o governo federal está dando. Estamos vendo quais são as alternativas. O Ministério Público nos proibiu qualquer gasto com festa ou qualquer coisa do tipo. Não temos um orçamento de micareta ou de São João, que também não vamos fazer. Todo orçamento de Feira está indo para o coronavírus. O que podemos fazer é ajudar da forma possível. Reconhecemos na classe artística pessoas extremamente importantes, necessárias, fazem parte do dia a dia. Mas temos nossos limites. Eles pediram ajuda financeira, mas não temos condições de fazer. Vamos fazer da forma possível, com cestas básicas para ajudar a passar esse momento de maior dificuldade”, falou o prefeito.

Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), Feira de Santana registra 58 casos confirmados de coronavírus, com uma morte. Na última segunda-feira, cinco novos pacientes testaram positivo para a doença, sendo três mulheres e duas crianças, uma de seis e outra de dois anos.

Colbert Martins reconhece que o número de casos de coronavírus deve subir no município, mas ele espera que a curva de casos seja menor do aquela que é registrada no Brasil.

“Vai haver aumento no número de casos, mas achatamos a curva. Desde o dia 6 de março estamos tomando todas as medidas para que não cresça como a curva do Brasil, que é para cima, pontiaguda. O número de casos aumenta todo dia, o número de mortes também. Entendemos que Feira de Santana está abaixo desse nível. Isso nos deu a condição de aumentar nossa flexibilização”, afirmou.

G1 Bahia

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