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Mãe de uma bebê que morreu atingida por bomba lançada por PMs na BA falou do caso

Ágatha Sophia morreu na quinta-feira (31), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador — Foto: Reprodução / Redes Sociais

A mãe de Ágatha Sophia, bebê de sete meses que morreu na quinta-feira (31), quatro dias após ser atingido por uma bomba de gás lançada por policiais militares, no bairro de São Marcos, em Salvador, revelou que policiais negaram um pedido de socorro feito por ela, durante a ação.

“Eles já vieram atirando e jogando o gás. Eu botei a mão no rosto da minha filha, pensando que ela estava inalando o gás, e meu filho que tem 5 anos que gritou: ‘Minha mãe, Ágatha’.

Quando eu olhei, minha filha estava desfalecida nos meus braços.

Eu saí em direção a um dos policiais para pedir socorro, e ele disse que eu estava na hora errada, no lugar errado”, contou Jessica Maciel, mãe do bebê.

O G1 entrou em contato com a Polícia Militar, para saber o posicionamento da corporação com relação à denúncia.

Em nota, a PM informou que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para que todos sejam ouvidos e todas as circunstâncias sejam esclarecidas.

A PM ainda disse que, após os esclarecimento, as providências penais e administrativas serão adotadas.

Segundo informações dos moradores da comunidade Recreio, onde o caso ocorreu, uma festa de aniversário era realizada em via pública da localidade, no domingo (27), quando policiais da 50ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Sete de Abril) chegaram para terminar com a festa.

A equipe teria utilizado bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta para dispersar a multidão.

De acordo com Jessica, os estilhaços de uma das bombas atingiram a cabeça da criança, que estava no colo dela, no momento da confusão.

Manifestação

Familiares e amigos da mãe de Ágatha Sophia fizeram um protesto na noite de quinta-feira (31), na Av. São Rafael, em Salvador. Com cartazes, o grupo pediu justiça no caso do bebê e proteção no bairro.

“Por que eles não fazem isso na Barra? Na Pituba? Por que eles não fazem isso?

Eles só fazem na favela, porque sabem que fazem e não tem resposta.

Mas nesse caso eu quero uma resposta.

E além da resposta, eu quero justiça e quero proteção para minha família e para todas as pessoas que estão aqui”, disse Jessica.

Ágatha Sophia estava internada em estado grave no Hospital Geral do Estado (HGE), desde o domingo, quando o caso ocorreu. Conforme a mãe, o óbito foi informado ao familiares no final da manhã desta quinta.

O enterro da criança será realizado nesta sexta-feira (1º), às 14h, no cemitério Quinta dos Lázaros, na capital baiana.

A Polícia Militar informou que os agentes envolvidos no caso foram afastados das atividades, pois ficaram muito abalados com o ocorrido.

Eles foram apresentados ao Departamento de Promoção Social (DPS), onde recebem acompanhamento psicológico.

G1

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