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Réus relatam que foram orientados por ‘invasores especiais’ no 8/1 e complicam militares “kids pretos”

Gen. Ridauto - kids pretos

A Polícia Federal (PF) avança em suas investigações relacionadas aos atos golpistas de 8 de janeiro.

Os recentes desdobramentos incluem depoimentos de bolsonaristas presos durante os eventos, que alegam terem sido orientados por invasores “especiais” usando balaclavas e luvas.

Essas revelações estão lançando luz sobre a possível participação de militares das Forças Especiais do Exército, apelidados de “kids pretos”, nos incidentes de Brasília, informa a colunista Bela Megale do jornal O Globo.

A PF tem usado esses depoimentos como parte fundamental de sua investigação, com o Supremo Tribunal Federal (STF) acompanhando de perto o caso. Vários réus que estão sob investigação relataram que foram instruídos por esses invasores sobre como agir durante os ataques.

Ainda de acordo com a colunista, os “kids pretos” – militares que integraram as Forças Especiais do Exército – têm sido alvos prioritários das investigações.

A PF encontrou artefatos, como granadas, que são manuseados com facilidade por esse grupo e que não estavam sob a posse da Polícia Legislativa.

Além disso, foram detectadas técnicas profissionais que costumam ser empregadas pelos “kids pretos”, incluindo o uso de hidrantes e escadas para viabilizar a entrada dos golpistas pelo teto do Congresso Nacional em 8 de janeiro.

Na semana passada, a PF apreendeu armas, celular e passaporte do general da reserva do Exército Ridauto Lúcio Fernandes, que é considerado um “kid preto”.

Ele foi alvo de mandado de busca e apreensão expedido pelo STF, que também bloqueou valores e ativos relacionados às investigações sobre sua participação nos atos golpistas.

Há suspeitas de que o general seja um dos idealizadores dos eventos, o que levou a um momento tenso durante o cumprimento do mandado, embora ele não tenha oferecido resistência.

Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde e próximo do general Eduardo Pazuello, é apenas um dos nomes ligados às Forças Especiais do Exército.

Outros membros proeminentes do governo Bolsonaro, como o general Luiz Eduardo Ramos, o general Eduardo Pazuello, o coronel Élcio Franco e o general Dutra, também têm histórico na unidade de elite do Exército.

Essas conexões estão levantando sérias preocupações entre os investigadores sobre o envolvimento de pessoas ligadas às Forças Especiais na intentona golpista.

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