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Vereador preso pela PF por comandar milícia fez aliança com tráfico

O vereador Mauro Rogério Nascimento de Jesus, o Maurinho do Paiol

Preso durante a Operação Hoste, nesta quinta-feira, o vice-presidente da Câmara de Nilópolis,  vereador Mauro Rogério Nascimento de Jesus, o Maurinho do Paiol (PSD), estabeleceu uma aliança com uma facção de tráficos de drogas para expandir atividades criminosas por outros municípios da Baixada Fluminense e de bairros vizinhos da Zona Norte do Rio.

A milícia utilizaria homens e armamento do tráfico em suas empreitadas criminosas, segundo investigadores.

A aliança foi criada no fim de 2020, pouco após a eleição de Maurinho do Paiol para o cargo de vereador em Nilópolis, de acordo com investigações.

Querendo expandir as atividades da quadrilha para comunidades vizinhas, ele enviou comparsas para negociar com criminosos da comunidade Ás de Ouro, em Anchieta, na Zona Norte do Rio, e fechou um acordo que levou a estender o seu domínio pelo bairro e regiões de São João de Meriti.

“Essa aliança se deu principalmente para o servico de internet clandestina e eles pretendiam expandir por outras regiões.

Eles exerciam monopólio a base da força e intimidação para ter o controle total. O tráfico contribuía com uso de pessoal e armas de fogo para as ações criminosas”, disse a promotora Mariana Segaz, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GAECO-MP).

Preso dentro de casa, Maurinho do Paiol chegou à sede da Policia Federal segurando uma Bíblia.

Na casa dele,  agentes apreenderam uma escopeta e quantidade de dinheiro em espécie.

Além dele, outros nove integrantes da quadrilha foram detidos, também acusados dos crimes de milícia, como exploração de serviços de fornecimento de internet irregular, mototáxi e venda de botijões de gás.

“Ele usava o cargo dele em benefício das atividades do grupo. Desde o início das investigações o nome apareceu como líder da organização e era mencionado a todo tempo como líder e mandante das ordens executadas pelos outros integrantes”, completou a promotora.

As investigações da Operação Hoste duraram um ano a oito meses. De acordo com o delegado da Polícia Federal Heliel Martins, houve tanto apuração por meio de escutas telefônicas como também infiltração dos agentes na área dominada pela quadrilha para investigação das atividades criminosas.

“Utilizamos todas as práticas dentro do que a Lei nos permitia. Todas as práticas tipicas de milícia foram identificadas e usadas como base para a denúncia.

Houve apreensão de boa quantidade de armas, entre as quais uma escopeta e R$ 50 mil em espécie, além de outros bens, cujos valores somados levam a uma apreensão ainda maior”, completou ele.

Para a operação foram expedidos 29 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão, sendo que seis deleas para policiais militares.

Ao todo, 11 suspeitos foram presos, sendo cinco policiais, entre os quais o vereador Maurinho do Paiol, pertencentes aos Batalhões de Rocha Miranda (9º), Mesquita (20º), Irajá (41º) e da Diretoria de Veteranos da PM.

Os quatro foram levados para o Batalhão Prisional, em Niterói. No total, foram apreendidos R$ 50 mil.

Agência O Globo

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