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Após 18 dias no cargo, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde é exonerado

Demito por discordar de decisão sobre a cloroquina

Antonio Carlos Campos de Carvalho ficou 18 dias no cargo. Ele já havia declarado à imprensa que era contra as novas orientações para uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com sintomas leves da covid-19.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, antecipou que deixaria o posto por considerar a alteração precipitada.

Após determinação do presidente Jair Bolsonaro, o Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (20) um documento com orientações que ampliam a possibilidade de uso da cloroquina e da hidroxicloroquina.

Até então, a medicação era prevista apenas para doentes em estados graves e críticos, em ambiente hospitalar, com monitorização realizada por equipes de profissionais da saúde.

Segundo o novo texto, o paciente deve assinar um termo de consentimento que afirma que os medicamentos podem causar efeitos colaterais “como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias, e alterações visuais por danos na retina”.

O documento frisa ainda que “não existe garantia de resultados positivos, e que o medicamento proposto pode inclusive agravar a condição clínica, pois não há estudos demonstrando benefícios clínicos”.

A mudança de protocolo era defendida por Bolsonaro e foi motivo de atrito com os dois últimos ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. A pasta, desde o pedido de demissão de Teich, não tem um titular oficial. Quem está interinamente no comando é o general Eduardo Pazuello.

Folha

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