A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou um comunicado que proíbe a manipulação, a comercialização e a propaganda dos implantes hormonais manipulados, também conhecidos como “chips da beleza”.
A proibição preventiva é aplicada a todas as farmácias de manipulação, espaços onde os produtos eram fabricados, e foi decretada após associações médicas apresentarem denúncias de complicações e mortes após o uso do produto.
Segundo a plataforma Vigicom Hormônios da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), duas pessoas teriam morrido em decorrência do uso dos implantes hormonais e outras 257 relataram complicações médicas.
Entidades médicas já haviam pedido a fiscalização e a proibição da venda produtos com ação hormonal em uma resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina).
Investigações ocorrem desde 2021
A medida da Anvisa afirma que somente produtos com avaliação de segurança e eficácia podem ser manipulados. A agência ainda diz conduzir investigações sobre os implantes hormonais desde 2021, ano em que proibiu a propaganda ao público geral dos produtos que continham gestrinona — um dos hormônios comuns neste tipo de fármaco.
Os chips da beleza misturam vários hormônios, substâncias e até medicamentos. Entre eles, estão, além da gestrinona, outros como testosterona, estradiol, oxandrolona, metformina, ocitocina e NADH (nicotinamida adenina dinucleotídeo).
Colesterol e triglicerídeos altos, assim como hipertensão arterial, arritmia cardíaca, aumento de acnes, insônia e até AVC (acidente vascular cerebral) estão entre as principais complicações que os usuários — a maioria mulheres — dos implantes hormonais tendem a enfrentar.
A Anvisa afirma que os implantes hormonais não foram submetidos à avaliação da agência e não existem produtos semelhantes registrados para fins de tratamento estético ou hormona.
A agência ainda orientou aos pacientes que fazem uso desses implantes hormonais que apresentarem qualquer reação a notificarem o órgão em gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/fiscalizacao-e-monitoramento/notificacoes/medicamentos-e-vacinas.
Com informações da Anvisa