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Equipamento diminui os sintomas do Mal de Parkinson

Equipamento e protocolo desenvolvidos no IFSC/USP de São Carlos ajuda a diminuir sintomas do Mal de Parkinson — Foto: Rui Sintra/IFSC

Um equipamento desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, diminuiu as dores musculares, a rigidez dos músculos e os tremores de 10 pacientes com o Mal de Parkinson, durante testes preliminares.

Desenvolvida em parceria com a Unicep e a Universidade Martin-Luther-Halle (Saale), na Alemanha, a tecnologia usa laser e sucção dos músculos. Agora, o Instituto de Física da USP (IFSC) busca voluntários para novos testes. (veja abaixo como participar).

A doença

O Mal de Parkinson é uma doença progressiva do sistema neurológico, que atinge principalmente pessoas com mais de 60 anos. Ela afeta principalmente o cérebro e não há formas de prevenção e cura.

Tremores, lentidão dos movimentos, rigidez e atrofia muscular, dores musculares (mialgia), dificuldades para começar ou continuar determinados movimentos, como começar a caminhar ou se levantar de uma cadeira, são os sintomas característicos.

 Mal de Parkinson atinge, em geral, pessoas com mais de 60 anos — Foto: Freeimages
Mal de Parkinson atinge, em geral, pessoas com mais de 60 anos — Foto: Freeimages

A doença atinge um índice mundial entre 1% e 2%, sendo que estudos internacionais estimam que o número de pacientes, no Brasil, dobrará até 2030.

Combinação de laser e sucção de músculos

Os pesquisadores testaram um protocolo que diminui as dores musculares, a rigidez dos músculos e dos tremores de paciente com Parkinson, utilizando uma combinação simultânea de laser e de pressão negativa (sucção dos músculos). O trabalho científico foi publicado já no Journal of Alzheimer’s Disease & Parkinsonism.

O equipamento foi desenvolvido há algum tempo e era para procedimentos de estética, combinando laser e vácuo. Os resultados do experimento com o Mal de Parkinson surpreendeu os pesquisadores.

“Reutilizamos esse equipamento que estava – e está – dedicado à melhora da condição muscular e a estética, e os resultados foram impressionantes quando aplicamos o protocolo experimental em doentes com Parkinson. Quase não deu para acreditar”, disse o pesquisador Antônio de Aquino Junior, coordenador da Unidade de Terapia Fotodinâmica, por meio da assessoria de imprensa do IFSC.

Segundo o professor Vanderlei Bagnato, embora as células cerebrais que comandam a parte motora continuem causando danos, com a progressiva perda de comando, a tecnologia consegue dar um conforto ao paciente.

O professor Vanderlei Bagnato testa o equipamento desenvolvido para tratar os sintomas do Parkinson em São Carlos — Foto: Rui Sintra/IFSC
O professor Vanderlei Bagnato testa o equipamento desenvolvido para tratar os sintomas do Parkinson em São Carlos — Foto: Rui Sintra/IFSC

“Um certo bem-estar a esses pacientes, por forma a que consigam executar atividades cotidianas, graças a um processo de vascularização e estimulação muscular proporcionada pelo equipamento, na adequada combinação da mecânica de sucção e o bioestímulo do laser”, disse.

Bagnato ressalta que o procedimento não substitui a medicação que os pacientes têm que tomar.

Busca de voluntários

Com o êxito dos testes, o grupo de óptica do IFSC está convocando voluntários com Parkinson para se cadastrarem na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF), que funciona na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, através do telefone (16) 3509-1351.

Com um maior número de voluntários, a técnica poderá estar disponível mais rapidamente para os pacientes.

Instituto de Física da USP de São Carlos — Foto: Edmilson Luchesi
Instituto de Física da USP de São Carlos — Foto: Edmilson Luchesi

G1

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