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Guia colaborativo de recomendação de ginecologistas pretende ajudar mulheres

Visitas periódicas ao ginecologista são necessárias a todas mulheres, principalmente com o início da vida sexual.

 

No entanto, muitas mulheres relatam ter experiências negativas durante consultas, seja com relação a profissionais que julgam suas orientações ou experiências sexuais, até aqueles que as tratam mal ou privam suas pacientes de informações e tratamentos necessários. Com o objetivo de mudar essa realidade, a analista de redes sociais Any Valette decidiu criar o Guia de Recomendação de Ginecologistas, uma lista colaborativa com nomes, contato e alguns detalhes sobre bons profissionais da área.

 

“Eu faço parte de grupos feministas no Facebook há alguns anos e via meninas pedindo recomendações de ginecologistas ou reclamando de ginecologistas. Isso era muito recorrente e começou a gerar um incômodo, então resolvi procurar uma forma de ajudar essas meninas”, contou Any ao Bahia Notícias.

 

Criada no dia 2 de fevereiro, uma planilha no Google Drive dividido em estados apresenta uma introdução com o título “Chega de violência em consultório!” e segue com instruções de como utilizar a planilha para acrescentar e buscar contatos.

 

“Eu tenho visto várias meninas agradecendo bastante e aderindo, mas a participação ainda é menor do que eu esperava”, disse a analista, que pretende ajudar mulheres de todo o Brasil com o projeto. As usuárias que desejam contribuir com a planilha devem fornecer o máximo de informações possível, como nome do médico, telefone, endereço e se é obstetra, feminista e “gay friendly”, além de um espaço para observações.

Para a ginecologista Ana Paula Correia, a iniciativa é extremamente importante, porque “ginecologista é uma coisa muito pessoal”, então é interessante que a paciente conheça o médico previamente.

 

“É bom que a paciente esteja bem informada sobre a atividade do médico, principalmente para saber se as ideologias são parecidas”, afirmou a médica. Ela ainda contou que ser indicada no “boca-a-boca” ou em uma lista como essa é uma forma de confirmar que tem feito um bom trabalho, com respeito às pacientes e à profissão.

 

Apesar de conter abas para todos os estados brasileiros, apenas Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo têm indicações de profissionais. Mesmo assim, Any Valette acredita que a iniciativa ainda deve se expandir bastante.

 

“A ideia é que isso possa ir além do nosso ciclo social e ajudar várias mulheres”, disse. Any esclareceu que os principais problemas pelos quais as mulheres passam em consultórios são o julgamento de solteiras e mulheres mais velhas com vida sexual ativa, lésbicas e bissexuais, além de profissionais que não indicam a vacina contra HPV para menores de idade afirmando que incentivará a atividade sexual.

 

O objetivo futuro é transferir o guia para outra plataforma mais abrangente. “Como a própria ferramenta do Google tem algumas limitações, como não abrir em celular, eu estou tentando transformar essa lista em algo mais acessível, mas ainda estou avaliando como fazer isso”, afirmou. Para acessar o Guia de Recomendação de Ginecologistas.

Fonte: Renata Farias

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