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LÚPOS ERITEMATOSO SISTÊMICO, UMA DOENÇA PERIGOSA

Vamos direto ao ponto: O que é Lúpus?

O lúpus eritematoso sistêmico (LES), conhecido popularmente apenas como lúpus, é uma doença autoimune que pode afetar pele, articulações, rins, cérebro e outros órgãos.

 

Doenças autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. O lúpus é uma das mais de 80 doenças autoimunes que existem.

 

Existem três tipos de lúpus. Conheça:

 

Lúpus discoide

É sempre limitado à pele. Este tipo da doença pode ser identificado a partir do surgimento de inflamações cutâneas que costumam aparecer no rosto, na nuca e também no couro cabeludo.

 

Lúpus sistêmico

Aproximadamente 10% das pessoas portadoras do lúpus discoide evoluem para o lúpus sistêmico, o qual pode afetar quase todos os órgãos ou sistemas do corpo. Os sintomas causados por este tipo da doença também são caracterizados pelo surgimento de lesões – que podem limitar-se à pele e às articulações, mas que também podem causar problemas aos rins, ao coração, aos pulmões e até ao sangue.

 

Lúpus induzido por drogas

Este tipo ocorre em decorrência do uso de certas drogas ou medicamentos. Os sintomas deste tipo de lúpus são muito parecidos com os do lúpus sistêmico.

 

Causas

O lúpus ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói alguns tecidos saudáveis do corpo. Não se sabe exatamente o que causa esse comportamento anormal, mas pesquisas indicam que a doença seja resultado de uma combinação de fatores, como genética e meio ambiente.

Esses mesmos estudos mostram que pessoas com pré-disposição ao lúpus podem desenvolver a doença ao entrar em contato com algum elemento do meio ambiente capaz de estimular o sistema imunológico a agir de forma errada. O que a ciência ainda não sabe é quais elementos são esses. Os pesquisadores, no entanto, têm alguns palpites:

Luz solar: a exposição à luz do sol pode ativar uma pré-disposição interna a desenvolver lúpus

Medicamentos: lúpus também pode estar relacionado ao uso de determinados antibióticos, medicamentos usados para controlar convulsões e também para pressão alta. Pessoas com lúpus relacionado ao uso desses medicamentos geralmente param de apresentar sintomas quando interrompem o uso.

 

Fatores de risco. Veja o que pode facilitar a incidência de lúpus:


Sexo biológico: a doença é mais comum em mulheres do que em homens.

Idade: a maior parte dos diagnósticos acontece entre os 15 e os 40 anos, apesar do lúpus poder surgir em todas as idades.

Etnia: lúpus é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas e asiáticas.

 

Sintomas de Lúpus

Os sintomas do lúpus podem surgir de repente ou se desenvolver lentamente. Eles também podem ser moderados ou graves, temporários ou permanentes. A maioria dos pacientes com lúpus apresenta sintomas moderados, que surgem esporadicamente, em crises, nas quais os sintomas se agravam por um tempo e depois desaparecem.

Os sintomas podem também variar de acordo com as partes do seu corpo que forem afetadas pelo lúpus. Os sinais mais comuns são:

Fadiga
Febre
Dor nas articulações
Rigidez muscular e inchaços
Rash cutâneo – vermelhidão na face em forma de “borboleta” sobre as bochechas e a ponta do nariz. Afeta cerca de metade das pessoas com lúpus. O rash piora com a luz do sol e também pode ser generalizado
Lesões na pele que surgem ou pioram quando expostas ao sol
Dificuldade para respirar
Dor no peito ao inspirar profundamente
Sensibilidade à luz do sol
Dor de cabeça, confusão mental e perda de memória
Linfonodos aumentados
Queda de cabelo
Feridas na boca
Desconforto geral, ansiedade, mal-estar.

 

Outros sintomas de lúpus dependem de qual é a parte do corpo afetada:

Cérebro e sistema nervoso: cefaleia, dormência, formigamento, convulsões, problemas de visão, alterações de personalidade
Trato digestivo: dor abdominal, náuseas e vômito
Coração: ritmo cardíaco anormal (arritmia)
Pulmão: tosse com sangue e dificuldade para respirar
Pele: coloração irregular da pele, dedos que mudam de cor com o frio (fenômeno de Raynaud).
Alguns pacientes têm apenas sintomas de pele. Esse tipo é chamado de lúpus discoide.

 

Diagnóstico e exames – Na consulta médica


Procure um médico se surgirem manchas vermelhas em seu rosto. Essas podem ser um sinal de rash cutâneo.

Aproveite a consulta e tire todas as dúvidas que você tiver. Lembre-se também de fazer uma descrição completa de seus sintomas. Isso ajudará o médico a fazer o diagnóstico.

 

Você pode perguntar:

Quais exames serão necessários para fazer o diagnóstico?
Lúpus tem cura?
A doença vai alterar muito meu estilo de vida, meu cotidiano e meus hábitos?
Quais são os efeitos colaterais do tratamento?
O que esperar do médico?

 

Durante a consulta médica, o especialista também lhe fará algumas perguntas. Esteja preparado para responde-las:

Exposição ao sol costuma provocar o surgimento de lesões na pele?
Você sente dor nos dedos quando está frio?
Entre os seus sintomas estão problemas de memória e concentração?
Os sintomas têm prejudicado seu desempenho no trabalho ou têm atrapalhado suas relações sociais?
Você já foi diagnosticado com algum outro problema de saúde?

 

Diagnóstico de Lúpus

É difícil realizar o diagnóstico para lúpus, pois os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, mudam com o passar de tempo, sobrepõem-se uns aos outros e confundem-se com os sintomas de outras doenças.

O médico realizará um exame físico e auscultará seu tórax com um estetoscópio. Um som anormal chamado atrito pericárdico ou atrito pleural poderá ser escutado. Um exame do sistema nervoso também pode ser realizado.


Os exames usados para diagnosticar o lúpus incluem:

Exames de anticorpos, incluindo teste de anticorpos antinucleares
Hemograma completo
Radiografia do tórax
Biópsia renal
Exame de urina.

 

Tratamento de Lúpus

Não há cura para o lúpus. O principal objetivo do tratamento é controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras da doença.


A doença branda pode ser tratada com:

Antiinflamatórios não esteroides para artrite e pleurisia
Pomadas com corticoides para o rash cutâneo
Uma droga antimalárica (hidroxicloroquina) e corticoides de baixa dosagem para os sintomas de pele e artrite.
Sintomas graves ou que acarretem risco de morte (como a anemia hemolítica, amplo envolvimento cardíaco ou pulmonar, doença renal ou envolvimento do sistema nervoso central) frequentemente necessitam de um tratamento mais agressivo com especialistas.

 

O tratamento para lúpus mais grave inclui:

Alta dosagem de corticoides ou medicamentos para diminuir a resposta do sistema imunológico do corpo.

Drogas citotóxicas (drogas que bloqueiam o crescimento celular) quando não houver melhora com corticoides ou quando os sintomas piorarem depois de interromper o uso.

Esses medicamentos têm efeitos colaterais graves, por isso o médico deverá monitorar o uso com muita frequência.


Convivendo/ Prognóstico

Se você tem lúpus, é importante ter cuidados com a saúde, especialmente com a saúde do coração, a fim de prevenir problemas cardíacos mais graves no futuro. Além disso, é igualmente importante fazer uma análise frequente da imunização e testes para verificar também a saúde dos ossos e a presença ou não de osteoporose e outras doenças.

A psicoterapia e os grupos de apoio podem ajudar a aliviar a depressão e as alterações no humor que venham a ocorrer em pacientes com a doença.

 

Siga algumas dicas também que podem melhorar sua qualidade de vida e ajudar no tratamento:

Descanse bastante. Pessoas com lúpus frequentemente sentem-se cansadas, mas não é um cansaço normal. É fadiga, um sintoma da doença que precisa ser tratado. O melhor remédio, neste caso, é o descanso.

Tome cuidado com o sol. Você deve utilizar roupa protetora, óculos escuros e protetor solar quando estiver exposto ao sol.

Exercite-se. Exercícios físicos podem ajudar na recuperação de uma crise causada pelo lúpus, a reduzir o risco de ataque cardíaco, tratar sintomas de depressão e no bem-estar geral do corpo.

Não fume. O consumo do cigarro aumenta os riscos de doenças cardiovasculares e pode também piorar os efeitos do lúpus.

Mantenha uma dieta saudável. Coma muitos grãos, frutas e vegetais. E, se tiver alguma restrição por causa do tratamento ou por causa da doença em si, não saia da dieta.

A recuperação do indivíduo depende da gravidade da doença. O resultado para pessoas com lúpus melhorou nos últimos anos.

 

Complicações possíveis


Se não tratado corretamente, o lúpus pode causar complicações graves a diversos órgãos importantes do nosso corpo. Veja:

Rins
A falência dos rins está entre as principais causas de morte por complicações de lúpus. Irritação, coceira generalizada, dores no peito, náuseas, vômito e edemas estão entre os sintomas de que o lúpus chegou aos rins.

 

Cérebro
Você pode apresentar alguns sintomas específicos se o cérebro tiver sido afetado, como dor de cabeça, confusão, tontura, mudanças de comportamento, alucinações, derrames cerebrais (AVC) e convulsões.

 

Vasos sanguíneos
Anemia, aumento no risco de sangramentos e inflamação dos vasos (vasculite) estão entre as principais complicações possíveis decorrentes de lúpus.

 

Pulmões
Lúpus também pode levar à pleurisia, que pode causar dor durante a respiração.

 

Coração
Pode ocorrer também a inflamação dos músculos do coração e artérias e pericardite. As chances de ter um ataque cardíaco e outras doenças cardiovasculares também aumentam significativamente.


Ter lúpus também pode acarretar em outros problemas, como:

Infecção: as chances de uma pessoa com lúpus desenvolver algum tipo de infecção aumentam muito, pois tanto a doença quanto o tratamento comprometem o sistema imunológico. As infecções mais comuns são no trato urinário e respiratório, por fungos, salmonela e herpes.

Câncer: o surgimento de tumores e de agravamento ao câncer também é uma das possíveis complicações do lúpus.

Necrose avascular: ocorre a morte das células que revestem os ossos, causando pequenas fraturas e o rompimento de muitas articulações, em especial as do quadril.

Complicações na gravidez: as mulheres que sofrem de lúpus e engravidam geralmente são capazes de manter a gravidez e dar à luz um bebê saudável, desde que não sofram de doença renal ou cardíaca grave e que o lúpus esteja sendo tratado adequadamente. Entretanto, a presença de anticorpos de lúpus pode aumentar o risco de perda na gravidez. 

 

Prevenção

Não há como prevenir lúpus.

Fonte: Ministério da Saúde/Associação Brasileira Superando Lúpus

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