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Morte de homem diagnosticado com febre amarela em Santo Estêvão

Amostras da vítima foram colhidas para saber se a doença foi a causa da morte ou se o óbito foi em decorrência de reação adversa à vacina por problemas de alcoolismo.

A morte de um homem de 57 anos que havia sido diagnosticado com febre amarela no município de Santo Estevão, a 150 km de Salvador, está sendo investigada, na noite desta sexta-feira (26), o coordenador do Núcleo Regional de Saúde de Feira de Santana, Edy Gomes.

A vítima, que não teve identidade divulgada, tomou a vacina contra a doença no dia 15 de janeiro e dois dias depois começou a apresentar complicações. Gomes disse que o homem tinha problemas de alcoolismo e o fígado bastante debilitado e que a morte pode ter ocorrido por conta de uma reação adversa à vacina.

“Está certo que ele tinha febre amarela. Isso foi confirmado, mas ainda não podemos dizer se ele morreu em decorrência da doença. Ele bebia muito e já tinha comprometimento hepático. Ao tomar a vacina, ele já estava debilitado. Então, o óbito pode ter sido em decorrência de uma reação adversa à vacina e não em decorrência da doença em si. Isso é o que estamos investigando agora”, destacou.

Conforme Gomes, foram colhidas amostras da vítima que serão analisadas para saber a real causa da morte. Os materiais foram encaminhados para o Laboratório Central do Estado (Lacen) e também para a Fiocruz, no Rio de Janeiro. “Esse é um caso específico. A gente não pode marginalizar para evitar que as pessoas fiquem com receio de procurar os postos de saúde para se vacinar”, disse Gomes.

Casos

Caso a morte do morador de Santo Estêvão seja confirmada como decorrente da febre amarela, será o segundo óbito pela doença no estado em 2017. No dia 14 de janeiro, um homem de 49 anos, morador de Taboão da Serra, em São Paulo, e que estava internado com febre amarela no Hospital Couto Maia, em Salvador, morreu.

A vítima era natural de Itaberaba, morava em São Paulo e tinha retornado à cidade baiana para visitar a família. Ele chegou ao município no dia 5 de janeiro, já com os sintomas da doença. Antes de ir para a Bahia, o rapaz havia passado réveillon em Itapecerica da Serra, também em São Paulo.

O rapaz foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itaberaba. Ele esteve no posto de saúde repetidas vezes, entre os dias 5 e 9 de janeiro, quando apresentou piora no quadro clínico e foi transferido para Salvador, no dia 9 de janeiro. A confirmação da febre amarela no homem foi feita no dia 11, por meio de exame feito com material do paciente, no Laboratório Central (Lacen), na capital.

A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou, na ocasião, que se tratava de um caso importado, já que o rapaz começou a apresentar os sintomas no dia 2 de janeiro, antes de chegar à Bahia.

Mortes de macacos

Três macacos foram encontrados mortos em Salvador, nesta sexta-feira (26). Os animais estavam nos bairros do Garcia, Sussuarana e Valéria. As informações foram divulgadas pela prefeitura. Os endereços não foram detalhados.

Este é o segundo registro de macacos mortos na capital baiana em dois dias. Na quinta-feira (25), outros três animais foram encontrados mortos. Dois deles estavam no bairro da Ondina e o outro foi achado em Castelo Branco.

O macaco é um sentinela da febre amarela — ou seja, indica quando a doença está presente. De acordo com a prefeitura, assim como os macacos encontrados na quinta, os animais desta sexta foram encaminhados para o Laboratório Central de Saúde Pública Profº Gonçalo Muniz (Lacen), em Brotas, onde serão realizados exames para identificar as causas das mortes. Ainda não há informações sobre o resultado dos exames.

Os cidadãos não devem matar os animais, pois eles não transmitem o vírus da febre amarela, doença que tem como vetor o mosquito Aedes aegypti, o mesmo causador da dengue, zika e chikungunya. Segundo a prefeitura, ao matar um macaco, a pessoa pode responder por maus tratos e ser enquadrada no artigo 29 da Lei 9605/98 – Lei de crimes ambientais, com pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa.

Vacina fracionada

Na Bahia, a imunização contra a febre amarela será fracionada por decisão do Ministério da Saúde. A campanha, gratuita, vai ser realizada em oito cidades, de 19 de fevereiro até 9 de março, depois do carnaval. Os municípios são: Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari, Candeal, Itaparica, Mata de São João, São Francisco do Conde e Vera Cruz.

A meta será imunizar 3,3 milhões de pessoas. O dia 24 de fevereiro será o “Dia D” de mobilização. A vacinação fracionada precisa ser reaplicada após oito anos, ao invés de proteger a pessoa por toda a vida, como a dose padrão.

Na rede municipal de Salvador, a vacinação contra febre amarela acontece de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 17h, em 126 salas de vacina.

Sintomas

A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção, de acordo com o Ministério da Saúde. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas.

Cerca de 20% a 40% das pessoas que desenvolvem a versão mais grave da doença (15% do total de infectados) podem morrer.

G1

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