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Pesquisadoras baianas desenvolvem técnica inédita com LED para tratamento da candidíase

Equipamento desenvolvido por pesquisadoras baianas para tratamento da candidíase — Foto: Reprodução/TV Bahia

Pesquisadoras baianas descobriram uma técnica inédita para tratar candidíase, uma infecção causada por fungo em órgãos genitais. O novo tratamento usa luz de emissão de diodo azul, mais conhecido como LED, e é voltado para mulheres. Entretanto, já tratou homem também.

O aparelho foi desenvolvido por estudiosas do Centro de Atenção ao Assoalho Pélvico, ligado à Escola Bahiana de Medicina, em Salvador. O método apresentou resultados em pacientes que são atendidas no local.

O aparelho para a emissão da luz de led azul teve a patente registrada. Conforme Patrícia Lordêlo, coordenadora do Centro de Atenção ao Assoalho Pélvico, a equipe da faculdade foi convidada pela Universidade da Itália e do Porto (Portugal) para desenvolver a parte internacional dos estudos da nova técnica.

“Nós desenvolvemos um aparelho que é baseado na luz de LED, porque a luz azul causa a morte desses fungos, das células, como se houvesse uma explosão desse fungo. Isso leva à destruição do fungo, fazendo com que a mulher não fique com os sintomas”, explicou Patrícia Lordêlo.

Patrícia Lordêlo, coordenadora do Centro de Atenção ao Assoalho Pélvico da Faculdade Bahiana de Medicina, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia

Patrícia Lordêlo, coordenadora do Centro de Atenção ao Assoalho Pélvico da Faculdade Bahiana de Medicina, em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia

A Candidíase já tem tratamento por meio de pomada que deve ser usada por período recomendado pelo médico, que em alguns casos dura meses. Já com o uso do LED, em média, são três sessões, uma vez por semana.

Além disso, as especialistas apontam que em 70% dos casos de tratamento por meio de pomada, as pacientes voltam a ter o fungo, mas com a nova técnica ainda não houve registro de reincidência.

“Nós já temos pacientes acompanhadas há mais de um ano sem o retorno dos sintomas. Ela tem a eficácia a longo prazo, mesmo em pacientes com infecções recorrentes”, disse Lordêlo.

De acordo com a coordenadora, foi o índice de recorrência relacionado ao fungo candida albicans que chamou a atenção para a pesquisa. Além disso, foi notado que muitas pacientes não respondiam ao tratamento tradicional (com pomada) dentro do prazo previsto, passando a meses de terapia medicamentosa, acarretando efeitos adversos como insônia, ansiedade, disúria (dor ou ardor ao urinar) e dor vaginal.

Diante do cenário, foram iniciadas as pesquisas para um novo tratamento. O aparelho para a técnica com LED, além de tratar a candidíase, leva outros benefícios às mulheres.

“Esse equipamento foi desenvolvido junto comigo, duas alunas de mestrado e doutorado daqui da Escola Bahiana de Medicina, que é a Mariana Robatto e a Maria Clara Pavie. Hoje, ele também já tem sido utilizado para o tratamento da atrofia vulvovaginal, que são aqueles sintomas da menopausa, inclusive em pacientes oncológicos, ou seja, que não têm indicações para usar hormônio. Temos a resposta em várias disfunções pélvicas”, explicou Patrícia Lordêlo.

O atendimento com o novo método é oferecido pela Escola Bahiana de Medicina sempre às quartas-feiras, no turno vespertino e é de graça. As interessadas devem levar cartão do SUS, RG e comprovante de residência.

Equipamento desenvolvido por pesquisadoras baianas para tratamento da candidíase — Foto: Reprodução/TV Bahia

Equipamento desenvolvido por pesquisadoras baianas para tratamento da candidíase — Foto: Reprodução/TV Bahia

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