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RADIOTERAPIA E SUS – O COLAPSO ANUNCIADO

Radioterapia

A ideia é divulgar a grave crise que a radioterapia está passando em nosso país.

Os principais problemas estão relacionados com uma remuneração inadequada da manutenção dos aparelhos e a escassa capacidade instalada, tanto do ponto de vista do número de aparelhos como de sua distribuição geográfica.

As informações que temos apontam que metade das pessoas com indicação para radioterapia acabam por não recebê-la e, aqueles que a recebem, frequentemente a fazem com atraso e sob tecnologias ultrapassadas.

A razão disso é em grande parte devido ao subfinanciamento da saúde que o Ministério da Saúde vem praticando.

No caso da radioterapia, com o valor da remuneração por procedimento pelo SUS congelado desde 2010 para uma inflação do dólar de mais de 140% no período (a manutenção e compra de aparelhos é feita em dólar), isto é catastrófico.

Não há como manter um serviço custeado pelo SUS funcionando minimamente com este tipo de política de remuneração.

Sobrevivem apenas aqueles que têm suplementação de verba governamental (INCA e ICESP, por exemplo) ou onde a população se cotiza para dar suporte financeiro (Hospital do Câncer de Barretos, por exemplo).

Em 2012, o Ministério da Saúde publicou a portaria 931, onde se previa a aquisição pelo Governo Federal de 80 aceleradores lineares para serem disponibilizados no SUS.

Este plano foi extremamente bem feito, prevendo inclusive a instalação de uma fábrica de aparelhos de radioterapia no Brasil e a formação de centro de treinamento para os profissionais que iriam operar estas máquinas.

Por vários problemas, apenas duas máquinas foram instaladas (uma em Feira de Santana, no Hospital D. Pedro e outra em Campina Grande, PB).

A implantação de serviços de radioterapia em locais mais carentes tem caminhado lentamente, não havendo nenhuma previsão de quando as máquinas serão instaladas.

Enquanto isso, pessoas estão aguardando nas filas a espera de um tratamento digno. Muitas delas, inclusive, perdendo a vida.

Tenho fonte em Feira de Santana e também sugiro falar com o Presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia que tem uma visão ampla do cenário atual da radioterapia.

Ana Paula Lieb

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