Única parceria de Gilberto Gil com Cazuza (1958 – 1990), composta para ser tema-título de filme lançado em 1987 com direção de Cacá Diegues, Um trem para as estrelas ganha a voz debutante de Clara Castro no primeiro álbum da cantora e compositora mineira de 23 anos.
Contudo, o álbum Caostrofobia – recém-lançado em CD na sequência da edição nas plataformas digitais – apresenta repertório essencialmente inédito e autoral da lavra desta artista formada pela Universidade de Música Popular de Barbacena (MG), cidade onde a cantora reside.
Produzido e arranjado por Rodrigo Campello, nome recorrente na formatação dos discos de Roberta Sá, o disco Caostrofobia apresenta oito músicas de Clara Castro ao longo das 11 faixas.
Músicas como Longe do mundo, Nada é tão certo, Sobe o sol e Voltetrazem somente a assinatura da artista.
Outras foram compostas como parceiros, caso de Modulação, assinada por Clara com Nathan Itaborahy e Renato da Lapa, autores da música-título Caostrofobia. Modulação, a propósito, foi formatada em estúdio com a percussão de Pretinho da Serrinha.
Uma das parcerias de Clara Castro no disco é com a mãe, Glória Bittar, coautora de Corpo só, música inspirada em carta escrita nos campos de concentração por sobrevivente do Holocausto.
A carta foi escrita para o filho desse sobrevivente.
Esse filho vem a ser Ian Guest, húngaro residente no Brasil que foi mestre de musicalização de Clara. Arranjada por Mario Adnet, a música Corpo só tem cordas gravadas em São Petersburgo, na Rússia.
Lançado no mercado fonográfico através do selo NOMAD, com distribuição da gravadora Som Livre, o álbum Caostrofobia foi precedido pela edição do single Inverno astral, música de Nathan Itaborahy e Douglas Poerner.
Mauro Ferreira