“A gente brinca, se diverte, faz palhaçada. É muito legal aqui”. Assim são os dias de Vanessa Letícia, que está prestes a completar 10 anos de idade. Ela é uma das educandas do Projeto Axé.
A instituição, localizada no Centro Histórico de Salvador, é reconhecida pela atuação em defesa dos direitos de crianças e adolescentes de Salvador, recebe o apoio do Governo do Estado.
Yasmin Vitória, de 11 anos, também gosta do ambiente. “A minha convivência é muito boa. Eu sou muito feliz aqui dentro com os educadores, com as minhas melhores amigas. E o que eu faço de melhor aqui é dançar, com certeza”, garantiu.
Mas, a rotina não é só de brincadeiras. Até completar 12 anos de idade, os jovens assistidos pelo Projeto Axé participam do Canteiro dos Desejos, com diversas atividades.
A partir daí, são direcionados para unidades com oficinas de dança, música, capoeira e artes visuais, além de cursos profissionalizantes e encaminhamento para o mercado de trabalho, pelo programa Jovem Aprendiz.
O Projeto Axé recebe apoio do Governo do Estado através da Coordenação de Proteção à Criança e ao Adolescente, da Secretaria da Justiça e Direitos Humanos (SJDH), que mantém um Termo de Colaboração com a instituição.
Através desse dispositivo, é executado o Programa Acesso, que visa garantir a oferta de serviços de promoção da cidadania e de prevenção às ameaças e violações de direitos de crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade, risco social, situação de rua, vítimas de violência sexual, adolescentes pós-cumprimento de medida socioeducativa e em cumprimento de medida em meio-aberto, e outras formas de violação de direitos. Desde a fundação, na década de 1990, a organização já atendeu em torno de 35 mil pessoas.
“A criança que entra numa atividade como a do Projeto, ela sai com outra cabeça. Ela consegue desenvolver a sensibilidade para todas as artes e também desenvolver o desejo de progredir e de estudar, de ser um profissional, de despertar o sentimento de pertencimento da família, da comunidade, do local onde ela vive. Isso, para nós, é de uma importância muito grande”, destacou a coordenadora de proteção à criança e ao adolescente da SJDH, Iara Farias.
Atualmente, a coordenação apoia 20 projetos voltados para a garantia dos direitos de crianças e adolescentes na Bahia.
Neojiba
Outra importante iniciativa voltada para o público jovem são os Núcleos Estaduais de Orquestras Infantis e Juvenis da Bahia (Neojiba). Criada em 2007, a ação já transformou a vida de, aproximadamente, 30 mil crianças, adolescentes e jovens de Salvador e do interior baiano. Um deles é Luís Felipe, de 12 anos.
Ele, que faz parte do Neojiba desde os quatro anos de idade, conta a importância de participar da ação.
“Foi uma mudança de vida. Ao invés de estar em outros lugares, eu estou aqui aprendendo. Nós aprendemos e ensinamos a nós mesmos. A minha convivência com os meus colegas é boa”. Atualmente trompetista, Luís já passou pela flauta e violino.
“Você conhece pessoas que têm uma cultura diferente, pode ter um costume diferente e você acaba aprendendo várias outras coisas, e isso é muito legal para o desenvolvimento de crianças que são meio fechadas, não gostam muito de fazer amigos. Eu acho que esse projeto é muito bom mesmo”, concordou a violonista Iza de Souza, de 12 anos.
“Nós entendemos que, ao estar num lugar seguro, e se tem uma comunidade na qual a música é praticada em vista de se fazer o melhor possível, os indivíduos que estão nessa comunidade se aprimoram e conseguem organizar sua vida para conseguir a disciplina em qualquer área da vida, não só a musical”, explicou o diretor musical do Neojiba, Eduardo Torres.
Política Pública
A Política Pública Prioritária do Governo do Estado, executada através de parceria entre a SJDH e o Instituto de Desenvolvimento Social Pela Música (IDSM), promove a integração social, prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade, por meio do ensino e da prática musical coletivos, fomentando valores de cidadania, de emancipação social e econômica dos beneficiários e de suas famílias.
“O mês de outubro, especialmente, para nós é muito importante porque a gente trabalha a questão da prevenção.
A gente lança as campanhas e pode trabalhar mais com as famílias, despertando a sensibilização para que elas contribuam de alguma forma: assistir, participar, acompanhar os programas, e ter também um público para mobilizar para que os jovens se sintam valorizados”, finalizou Iara Farias.
Anderson Oliveira