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Vaidade política supera os interesses da sociedade feirense/Carlos Lima

Poderíamos afirmar que as estratégias políticas que estão sendo construídas no processo eleitoral desse ano, em Feira de Santana, têm provocado um explícito ambiente de cizânia e maldade.

O lançamento da pré-candidatura do deputado estadual, Targino Machado, DEM, chegou como tsunami dentro do partido, no município, deixando seu líder maior, o ex-prefeito José Ronaldo envolvido numa trama eleitoreira, que, sem nenhuma margem de dúvida, o coloca contra a parede e o deixa vulnerável em suas futuras decisões.

Inteligentemente Targino esperou o momento certo e se colocou à disposição do presidente nacional do DEM e prefeito da capital baiana, ACM Neto, para fortalecer o partido com candidatura própria na segunda cidade do Estado da Bahia, seguindo a determinação do próprio partido e fortalecendo o projeto eleitoral para 2022, com o lançamento de ACM para governo do Estado.

Por outro lado. provoca situação delicada quanto a decisão de  José Ronaldo em provável apoio à reeleição de Colbert Martins (MDB), colocando o DEM como coadjuvante através da indicação do vereador licenciado e atual Secretário de Serviços Públicos, Justiniano França, como vice-prefeito.

Esta seria uma fórmula política de contornar a determinação de sua sigla partidária, em lançar candidatura própria,  para fortalecimento de suas ações políticas nas eleições de 2022.

Diante da recusa de Colbert em se filiar ao DEM, dizendo que sua saída do MDB é descartada, impõe a José Ronaldo, responsável pela sua presença na prefeitura, a condição de se tornar traidor partidário ou obriga-lo a deixar o DEM na janela que se abre em abril.

É a paga pelo poder. Recebido sem fazer nenhum esforço eleitoral, porque jamais chegaria à prefeitura sem o beneplácito de José Ronaldo.

Sua negativa em deixar o MDB, que o levou às garras da justiça, provocando sua prisão, quando era Secretário no Ministério do Turismo, na operação Voucher,   Coloca seu padrinho político em delicada situação, obstaculizando, até mesmo suas intenções de permanece no poder, levando o ex-prefeito a tomar uma decisão que pode colocar em cheque a sua longa vida pública, tirando-lhe a coerência e uma lealdade partidária, que sempre manteve e lhe fortalece como um dos poucos políticos nesse país a possuir  um comportamento ético diante dos seus princípios ideológicos.

Com essa atitude se pode dizer que Colbert, é politicamente confiável?

Sua história pode ser somada à de José Ronaldo?

Se Ronaldo não possui disposição em apoiar a candidatura de Targino Machado, deve lançar outro nome?

Não existe qualquer margem de dúvidas que um pré-candidato a prefeito pelo DEM, lançado por José Ronaldo sairá vitorioso na convenção partidária. O ex-prefeito possui a maioria esmagadora do Diretório, da Executiva e da militância do DEM em Feira de Santana.

A depender da escolha estará no segundo turno.

A força política e eleitoral de José Ronaldo não pode ser menosprezada.

O problema maior de Targino consolidar sua candidatura é não possuir maioria na Convenção do partido.

Já o fato complicador do ex-prefeito, Colbert Martins (MDB) é ter confirmado que não deixará o  partido e provavelmente não deseja abrir mão de sua reeleição.

Na oposição, os progressistas, assim auto se proclamam, o nome do deputado federal Zé Neto é o que possui maior densidade eleitoral, mas os rachas não justificáveis, ideologicamente, debilitam essa jornada.

Espera-se que no segundo turno, se houver, estejam dispostos a promover a derrocada do grupo que governa o município a mais de vinte anos. Construindo unidade em torno de um governo participativo.

No entanto nada está definido. Ainda teremos algumas surpresas.

Carlos Lima.

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