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Mercado estima rombo de R$ 149 bilhões nas contas publica neste ano

Valor é inferior à meta que o governo tem para este ano, que é de déficit (resultado negativo) de até R$ 159 bilhões. Economistas creem, portanto, que governo vai cumprir a meta fiscal.

Economistas de instituições financeiras ouvidos pelo Ministério da Fazenda reduziram a previsão para o rombo das contas públicas neste ano para R$ 149,18 bilhões. A previsão está no mais recente levantamento feito pela pasta e que foi divulgado nesta quinta-feira (15) dentro do chamado “Prisma Fiscal”.

No levantamento anterior, divulgado em janeiro, os economistas previam que o rombo das contas públicas ficaria neste ano em R$ 153,94 bilhões.

O rombo, ou déficit primário, é o valor em que as despesas do governo superam as receitas com impostos e tributos em um ano. Por ser primário, ele não considera os gastos com pagamento dos juros das dívida pública.

Apesar de negativa, a estimativa do mercado financeiro é inferior à meta para o resultado das contas públicas que o governo precisa perseguir neste ano, e que está autorizada pelo Congresso: rombo de até R$ 159 bilhões.

Isso significa, portanto, que os analistas creem que o governo vai conseguir cumprir a meta fiscal de 2018.

Para 2019, o mercado financeiro baixou de R$ 120,96 bilhões para R$ 119 bilhões a previsão para rombo das contas públicas. A nova estimativa segue abaixo da meta fiscal do governo para o ano que vem, que é de déficit primário de até R$ 139 bilhões.

Reequilíbrio das contas

Nos últimos anos, a dificuldade do governo em atingir a meta fiscal esteve relacionada com o baixo nível de atividade da economia, que ainda se recuperava de um cenário recessivo. Essa situação se refletia na arrecadação do governo.

Entretanto, no decorrer de 2017, a economia começou a se recuperar e isso começou a impulsionar a recuperação das receitas, contribuindo para melhorar também os resultados das contas públicas, assim como as receitas extraordinárias e de “royalties” do petróleo.

Para a retomada da confiança na economia brasileira e a melhora do nível de atividade econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tem dito que é importante reequilibrar finanças do Brasil.

O governo já conseguiu aprovar no Congresso uma proposta de emenda constitucional que institui um teto para os gastos públicos por um período de 20 anos e defende ainda a reforma da Previdência Social – que o governo busca viabilizar a votação no Congresso Nacional.

Recentemente, para tentar assegurar a obtenção da meta fiscal, anunciou um bloqueio de R$ 16,2 bilhões no orçamento deste ano. Esse bloqueio inicial de gastos representa o menor valor desde 2008, pelo menos. De 2008 até 2017, o contingenciamento nunca ficou abaixo de R$ 19,4 bilhões.

Sete anos de contas no vermelho

Se o cenário para as contas públicas previsto pelo governo se concretizar, serão pelo menos sete anos consecutivos com as contas públicas no vermelho.

O governo vem registrando déficits fiscais desde 2014. Em 2015, o rombo, de R$ 114,9 bilhões, foi recorde e gerado, em parte, pelo pagamento das chamadas “pedaladas fiscais” – repasses a bancos oficiais que estavam atrasados e, em 2016, somou R$ 154 bilhões. No último ano, somou R$ 124 bilhões.

Para 2018, 2019 e 2020, a meta é de rombos bilionários nas contas públicas. A previsão da equipe econômica é que as contas voltem ao azul somente a partir de 2021.

 Alexandro Martello

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