A primeira incursão de Michel Temer na literatura provocou o desastre que se conhece, dando origem a um dos mais indigentes livros de poesia da história.
Não satisfeito, ele agora incursiona no terreno da ficção, com igual desempenho pífio.
A versão que apresentou ontem, cercado por uma legião de corruptos do baixo clero é tão bisonha quanto o melhor dos seus poemas.
Segundo ele, uma conspiração de corruptos tenta tirá-lo do Planalto.
O motivo? Ele não esclareceu, mas deve ser porque é a reserva moral da nação e por isso querem destruí-lo.
Mancomunado com Janot, a quem deu uma boa grana, Joesley é o chefe da conspiração porque Temer fechou as torneiras do governo que estavam abertas para ele desde a ascensão de Lula.
E em retribuição foi contemplado com o maior prêmio já concedido numa delação cabocla.
Quanto à cena de Rocha Loures com a mala, tudo não passou de um grande mal-entendido. Ele estava apenas participando das filmagens do longa sobre a Lavajato dirigido por José Padilha, e não pode revelar a verdade antes que o filme seja lançado, é uma das cláusulas do contrato.
Alienado em seu mundo particular, em que convive com empresários soviéticos e reis da Suécia, Temer deixou o púlpito achando que tinha convencido a alguém mais além do notório Roberto Jefferson, que o aplaudiu calorosamente e à trupe ao seu redor.
Não foi o que aconteceu. Da próxima vez deveria contratar um roteirista mais competente, talvez a autora de “Harry Potter” para ajudá-lo. Como ficcionista de primeira viagem Temer errou em cheio.
As histórias de Harry Potter são mais factíveis.
ALEX SOLNIK