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Desenterro de Franco é fato histórico

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A Guerra Civil Espanhola, assunto que me interessa há mais de meio século, por sua significância histórica como uma prévia da Segunda Guerra Mundial, pela complexidade dos conflitos que ela representou.

O maior historiador do conflito, o inglês Hugh Thomas disse que, para entender a Guerra Civil de Espanha, era preciso conhecer a História da Península Ibérica desde as guerras napoleônicas, porque as sementes da Guerra Civil recuavam a 1806.

O conflito espanhol marcou também a América Latina, pelo enorme número de exilados, quase todos os intelectuais da Espanha eram anti-franquistas, nomes destacados na letras, na medicina, no direito, na filosofia como Ortega y Gasset e Miguel de Unamuno, os que não foram fuzilados emigraram em grande número para o México, Chile, Argentina e Cuba, alguns poucos mas valorosos como Emilio Mira y Lopez, médico, para o Brasil.

A vitória de Franco foi o princípio do obscurantismo, da anti-ciência, do combate à cultura, considerada coisa de esquerdista.

Um General franquista (Milan Astray) disse que, ao ouvir a palavra cultura, tinha vontade puxar o revólver.

O maior poeta espanhol da época, Garcia Lorca foi executado friamente numa beira de estrada por ser poeta e homossexual.

As execuções eram banais e diárias, as perdas humanas entre mortos, feridos e exilados da Guerra Civil Espanhola                                                                                                                                                                                                                                 Depois do fim do conflito, o Generalíssimo Francisco Franco resolveu se imortalizar e construiu um Mausoléu de horrendo gosto, no meio de montanhas, chamado de Valle de los Caidos, a 40 quilômetros de Madri, ao lado do Convento de El Escorial, onde enterrou soldados dos dois lados do conflito e onde ele próprio, por sua determinação testada, foi enterrado em 1975.

Considerado um monumento ao fascismo espanhol, o Valle de los Caidos tem as ossadas de cerca de 33 mil combatentes da guerra civil, mas sempre se considerou que Franco não morreu como combatente e não deveria estar lá.

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O objetivo evidente era se imortalizar como um vencedor e depois pacificador da Espanha.

Mas os ventos democráticos do pós-franquismo e da reconciliação, que ele não previu, não querem Franco lado a lado com suas vítimas, milhares dos mortos da Guerra Civil não foram mortos em conflito, foram executados depois de presos, civis e militares. Os nacionalistas não faziam prisioneiros, 500 mil se exilaram após a queda de Barcelona e Madri com a vitória de Franco em março de 1939, para não serem fuzilados. Após três anos de batalhas e a destruição da economia e da sociedade da Espanha, que se tornou uma ditadura que durou quase 40 anos, um regime no início considerado pró-nazista e aliado de Hitler.

A FAMÍLIA FRANCO

O ditador Francisco Franco foi casado com Carmen Polo, a “Doña Collares”. A esposa de Franco gostava de ir a joalherias das cidades que visitava na Espanha e escolhia os melhores colares, que levava e esquecia de pagar. O casal teve uma única filha, também Carmen, casada com o Marques de Villaverde, faleceu em 2017 com 91 anos e teve seis filhos.

A mais famosa e estrela das revistas espanholas de variedades é Carmen Martinez-Bordiu, que foi casada com o Duque d´Anjou, primo-irmão do Rei Juan Carlos, com quem teve o filho Luis Alfonso, bisneto de Franco e pretendente ao trono da França pela linha legitimista dos Bourbons. Ele é hoje o Duque d´Anjou, casado com Maria Margarita Vargas, filha do banqueiro chavista Victor Vargas Irausquin e herdeira da maior fortuna venezuelana.

Carmen Bordiu foi capa da HOLA incontáveis vezes, figura carimbada do “high” espanhol, teve vários maridos e romances, que faria o avô se revirar no caixão. Franco e dona Carmen Polo eram católicos rigorosos e não admitiam em sua casa pessoas separadas, enquanto a neta aparecia na HOLA, DIEZ MINUTOS E SEMANA de biquini já na madurez. Carmen Rossi é uma mulher moderna, charmosa, divertida e antenada, não está nem aí para a carolice dos avós.

 Andre Motta Araujo

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