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O Jornal Frances Libération diz que Bolsonaro pode “liquidar a democracia” no Brasil

O jornal Libération desta quinta-feira (16) se interessa pelas eleições no Brasil. Em duas páginas, o diário traz duas matérias sobre os candidatos à presidência que lideram as pesquisas de intenção de voto: Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

“No Brasil, um ex-militar para liquidar a democracia” é a manchete da matéria assinada pela correspondente do Libé em São Paulo, Chantal Rayes.

A repórter classifica Bolsonaro como o “outsider” da campanha eleitoral que começa oficialmente nesta quinta-feira. “Racista, homofóbico e sexista, esse capitão nostálgico da ditadura se aproveita do descrédito que pesa sobre a classe política brasileira”, destaca.

“Esse populista da extrema-direita de 63 anos”, reitera Libération, cujo gesto preferido é imitar um revólver com a mão – já que uma de suas principais promessas é o direito ao porte de arma a todos – foi recentemente classificado pelo jornal britânico The Economist como “um perigo para a democracia“.

Libé lembra que por todos os lugares onde Bolsonaro passa, é aclamado como um “mito” por seus seguidores, embora “esse obscuro parlamentar seja mais conhecido por seus ataques contra negros, homossexuais e mulheres do que por sua atividade legislativa, com somente dois projetos de lei aprovados em 27 anos” como deputado do Rio de Janeiro.

Com declarações chocantes, como a de que só não estupraria a deputada Maria do Rosário por achá-la feia, esse “ultranacionalista, reacionário, anti-esquerda”, dobrou suas intenções de voto em dois anos, hoje entre 19% e 24%, atraindo um eleitorado masculino, jovem e majoritariamente da classe média.

Para cientistas políticos brasileiros entrevistados por Libération, é a anomia do sistema político do país, seus representantes e até mesmo da justiça que alimenta o fenômeno Bolsonaro.

Em outra matéria, Libération fala da candidatura de Lula, registrada ontem pelo PT, e que precisa ser validada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Brasil: uma eleição em suspenso devido a um candidato fantasma chamado Lula”, publica o diário. Para a correspondente do jornal em São Paulo, “a presença incerta do ex-presidente, favorito, mas preso, torna essas eleições inéditas e particularmente imprevisíveis”.

RFI

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