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Mães perdem filhos no hospital da Mulher e parentes denunciam erros médicos

Hospital da Mulher Feira de Santana

Continua repercutindo a denúncia de que duas mães perderam os filhos em consequência de partos no hospital da Mulher em Feira de Santana.

Segundo familiares, os partos foram realizados de forma errada.

Os parentes denunciam que houve erros médicos. A unidade de saúde, no entanto, relata que houve complicações nos partos.

Em um dos casos, a senhora de prenome Jucileide, que, na terça-feira (13), enterrou a filha Isabela, de pouco mais de um mês de idade. O sepultamento ocorreu no cemitério São Jorge, em  Feira de Santana.

A prima de Jucileide, Bruna Linhares, acompanhou toda a história e fez a denúncia. Segundo ela, a criança morreu por negligência de um médico da unidade de saúde.

Ela afirma que o parto foi induzido para acontecer de forma normal. Tanto que ela estava sem dor e, praticamente, sem dilatação.

Os médicos botaram naquele soro para induzir a dor e a dor foi chegando, mas ela não dilatava de jeito nenhum. Às oito horas, ela iniciou um processo de parto realmente, mas só que já estava saturada e não tinha mais forças.

Ela foi por uma hora ‘tentada’ ao parto normal, mas quando viu que não ia ter jeito, encaminharam ela para a cesariana. Nesse processo, a bebê já estava asfixiada dentro do canal dela. A bebê nasceu e foi direto para a UTI e daí não saiu mais”, afirmou Bruna.

A criança, segundo os parentes, ficou um mês e cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva e não resistiu. No atestado de óbito, consta como motivos da morte choque séptico e asfixia perinatal grave.

Logo depois do parto, Jucileide também teve complicações e teve de ser transferida para uma UTI, onde ficou por 18 dias. “Ela teve uma infecção na barriga pelo fato de o bebê ter feito fezes na barriga dela. E teve de fazer nova cirurgia, colocar um dreno. Ela também quase falece nesse processo”, disse a prima, Bruna.

O outro caso

Jailson de Jesus também sofre por conta da filha Geisla, que já nasceu sem vida na mesma unidade de saúde.

Segundo ele, a esposa, Joselita da Silva, foi internada no dia 22 de fevereiro com 40 semanas de gestação. Ainda de acordo com o homem, o médico que fez o pré-natal indicou que a mulher deveria passar por uma cesariana, mas o procedimento não foi realizado.

“Eu cheguei aqui e o médico disse que ela ia ter parto normal. Ele fez toque, e eu acompanhando. Eu disse que ela não tinha passagem para fazer normal.

O primeiro filho dela foi cesáreo. Eu tenho todos os exames do pré-natal aqui, tudo constando que ela não tem passagem para parir de forma normal e ele disse que sabia o que estava fazendo. E eu levei minha filha no caixão”, afirmou Jailson.

A diretora do hospital da mulher, Márcia Sueli do Amaral, afirmou que uma avaliação foi feita após as denúncias, mas que não houve erros médicos e sim complicações nos dois casos.

“O Conselho Regional de Medicina é que tem a competência técnica para dizer com certeza o que aconteceu, mas, diante de tais fatos, de tais denúncias, a gente fez uma avaliação sintética e o que a gente avaliou foi que em nenhuma das duas situações houve indicação errada. Muito pelo contrário: a indicação foi correta. Se houve a complicação, essa complicação não decorreu de uma indicação errada. Decorreu de que pode realmente haver complicações em qualquer das duas situações, tanto no parto normal quanto no cesáreo e nós sabemos disso”, afirmou.

Com informações da TV SUABÉ

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