Apontado como um dos grandes líderes da oposição no Estado, com potencial para se colocar no pleito ao Palácio de Ondina, o ex-governador Paulo Souto (DEM) comunga do discurso do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), de que o anúncio da candidatura do grupo deve ser feito em 2014.
Em conversa com a Tribuna ontem, o ex-gestor reforçou o discurso de que a maioria confia na definição “entre os primeiros três primeiros meses”. Citado ontem pelo colunista de O Globo, Ilmar Franco, como o candidato já ungido pelos oposicionistas, inclusive, com o apoio do PMDB do pré-candidato Geddel Vieira Lima, Souto voltou a demonstrar resistência sobre a publicidade das conversações ao dizer apenas que não tinha “nada a falar sobre o assunto”. Entretanto, criticou a antecipação do cenário pré-eleitoral pelo governo. “Não ajuda em nada. Acho que de um modo geral isso não pode fazer bem às administrações, pois começa a prevalecer o fato político”, frisou.
Apesar da crítica, o democrata pontuou que “respeitava” a posição do governador Jaques Wagner (PT). “Não tenho que opinar sobre o que o governo fez, mas apenas acho que isso reflete administrativamente”.
Incitado a falar sobre o assunto, Souto disparou: “Não tem novidade no que eu vou falar. O governo já anunciou o seu candidato. E do nosso lado há uma opinião que isso deve ser feito nos três primeiros meses do ano. Se o meu partido e alguns aliados decidiram que vão tratar do assunto em 2014, então vamos tratar em 2014”, afirmou.
Embora Neto tenha sinalizado o apoio a Geddel, no DEM haveria uma pressão para que Souto bata o martelo e o recado veio do mais alto comando.
Geddel Vieira Lima insiste em antecipação
Em movimentação para ser escolhido o candidato do grupo, o presidente estadual do PMDB, Geddel Vieira Lima, voltou a defender que a oposição deveria anunciar o nome para a cabeça de chapa das eleições, agora em dezembro, ao contrário dos aliados democratas e tucanos.
O ex-ministro, que deixa o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, nos próximos dias, em posição inversa à do democrata Paulo Souto, reiterou ontem, em entrevista a uma emissora de rádio da capital baiana, o anseio de chegar ao Palácio de Ondina. “Eu tenho dito que quero, desejo e trabalho para ser candidato ao governo da Bahia. Quero isso, pela convicção plena de que me encontro preparado sob o ponto de vista gerencial e maduro do ponto de vista político para encarar os grandes desafios que estão aí”, afirmou.
Em avaliação ao anúncio do secretário Rui Costa (PT), como candidato do governo, o líder peemedebista enfatizou sua tese. “Diante desse fato novo, o conjunto de forças que dá sustentação à administração do prefeito ACM Neto, da qual o PMDB faz parte, deveria agilizar o anúncio do seu candidato, trazer para dezembro”, disse. Segundo ele, tal movimento iria permitir que o nome oposicionista abrisse conversa com outras forças políticas e um debate com a sociedade.”Para que não fique um candidato oficial se colocando. Mas não posso impor minha posição”, frisou.
Mas, diante da negativa do grupo pela sua ideia, o mesmo disse que vai esperar. “A gente acompanha o cenário e vê como vai conduzir esse processo. Se for tarde, eu vou dizer paciência, eu posso dizer que pensei diferente. Se for no momento oportuno, merecerão aplausos aqueles que defenderam a tese diferente da minha. Isso não permite que ninguém deva fazer intriga ou cizânia nas oposições”, contemporizou.
Embora evidencie a vontade, o ex-ministro fez questão de reiterar que a defesa da antecipação não seria apenas para seu favorecimento. “Eu não disse que seria a antecipação do apoio ao meu nome, mas um nome que represente esse conjunto de forças que pense diferente”.
Fonte: Lilian Machado