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CRA debate Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018

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A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) promoveu, n esta quarta-feira (30), uma audiência pública para debater o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018, também chamado de Plano Safra.

O debate foi uma sugestão do presidente da comissão, senador Ivo Cassol (PP-RO), que dirigiu a audiência. Segundo ele, o debate a respeito das estratégias listadas no plano permite avaliar e discutir políticas públicas que tenham ações diretas e promovam o desenvolvimento sustentável do setor agrícola.

— Apesar da crise, o setor vai bem e merece atenção. É o agronegócio que vem sustentando o Brasil — afirmou.

No lançamento do plano, no mês de junho, o governo anunciou R$ 190 bilhões em recursos para o setor agropecuário na safra 2017/2018.

Por meio desses recursos, médios e grandes produtores poderão acessar o crédito rural entre 1º de julho deste ano e 30 de junho de 2018. O governo federal também reduziu os juros de várias operações.

O diretor-substituto da área de Créditos e Estudos Econômicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Morais, disse que o volume de recursos do Plano Safra foi cuidadosamente estimado e atende às demandas do setor.

Ele detalhou as linhas de financiamento e destacou que haverá uma taxa especial para ações de inovação tecnológica no campo.

Morais ainda fez projeções de aumento do agronegócio nacional, apontando que as exportações de grãos e carnes devem registrar um crescimento considerável até o próximo ano. A exportação de frango deve crescer 17% e a de carnes deve registrar um aumento de 28%.

— Esses números retratam a força e a capacidade produtiva da agricultura brasileira — declarou Morais.

O superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, informou que no mês de julho já houve registro de aumento de demanda pelos recursos do Plano Safra.

A busca pelo crédito Inovagro, que financia inovações tecnológicas na área rural, cresceu mais de 900% em relação ao mês de julho do ano passado. Já no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), a procura cresceu 319%.

O aumento, segundo Lucchi, se deve à expectativa da queda de juros para o período de 2017/2018, o que fez com que os produtores retardassem os negócios.

Lucchi, no entanto, mostrou preocupação com o seguro rural, que ainda não teve todo o valor previsto liberado pelo governo e tem sofrido mudanças de regras.

— O setor [de agronegócio] tem dado retorno para o Brasil, então precisa ter uma atenção especial do governo, principalmente do Ministério da Fazenda — afirmou.

O senador Ivo Cassol leu um ofício que a Comissão de Agricultura vai enviar à Presidência da República.

No documento, a CRA solicita ao governo a revisão da política de importação de lácteos e novas medidas de proteção ao produtor brasileiro, como forma de incentivar os empregos nacionais.

Segundo Cassol, a importação de lácteos tem prejudicado a pecuária leiteira brasileira. Ele informou que o leite em pó é importado de países como Uruguai, Argentina e Nova Zelândia.

Ano passado, o crescimento da importação de leite em pó do Uruguai foi de quase 80%.

— É inadmissível que, na atual conjuntura do país, o produtor brasileiro tenha de pagar a conta — reclamou.

Agência Senado

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