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Estudo encomendado prevê safra de café de 40,1 a 43,3 milhões de sacas em 2014.

O Conselho Nacional do Café (CNC), analisando a situação produtiva do Brasil frente às condições climáticas vividas, no começo deste ano, com falta de chuvas especialmente em janeiro e fevereiro, encomendou, junto à Fundação Procafé, uma pesquisa para apurar os danos causados às lavouras cafeeiras e as consequentes perdas que ocorrerão nas safras 2014 e 2015 do País, o maior produtor mundial.

 

A avaliação foi realizada pela equipe de técnicos especializados em cafeicultura da entidade visando estimar, de forma objetiva, os reflexos da estiagem e da falta de chuvas quanto aos aspectos vegetativos e produtivos das lavouras, o que gerou “chochamento” dos grãos e redução do tamanho e do peso dos frutos.

 

O trabalho, em nível de campo, ocorreu ao longo do mês de março, após a retomada de precipitações suficientes para o retorno do processo fisiológico normal dos cafeeiros, cessando, portanto, a maior parte dos efeitos do veranico.

 

De acordo com os estudos, tomando como base a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – 46,5 milhões a 50,1 milhões de sacas de 60 kg – para a safra 2014, dos quais 35,0 a 37,4 milhões de sacas correspondem ao café arábica, foram observadas perdas de aproximadamente 18% sobre a produção desse tipo de café, com o volume total a ser colhido (arábica+conillon) recuando para um intervalo entre 40,09 milhões e 43,30 milhões de sacas.

 

Os pesquisadores da Fundação Procafé explicaram que o efeito da seca e das altas temperaturas foram mais acentuados nos cafezais com menor nível tecnológico, nos quais o produtor utilizou poucos insumos, principalmente os fertilizantes, devido aos preços aviltados do mercado antes da seca.

 

Mas essa situação de carência nutricional se agravou também nos cafeeiros com melhor nível, onde os produtores usaram mais fertilizantes. Premidos pela falta de chuvas, esses cafeicultores conseguiram fazer apenas uma ou duas adubações, quando normalmente são feitas de três a quatro. “Agora, em março, alguns estão tentando suprir com adubações, estimulados pelos melhores preços. No entanto, para a presente safra, isso pouco adianta”, relatam os pesquisadores.

 

SAFRA 2015 – Para 2015, a expectativa inicial, com o reflexo residual da seca e em função da observação dos ciclos produtivos das distintas regiões, espera-se que o Brasil colha de 38,7 milhões a 43,6 milhões de sacas, caracterizando nível baixo, semelhante ao que se espera na safra atual após os efeitos do veranico.

 

Para a definição de qual das pontas desse intervalo será alcançada na temporada seguinte, pesará a recuperação hídrica na pós-estiagem, através de chuvas normais em março, abril e maio, de forma a favorecer a recomposição da folhagem, em final de ciclo de crescimento, e o sistema radicular danificado.

 

Por outro lado, os pesquisadores da Fundação Procafé informaram que, em março, algumas áreas ainda não voltaram ao regime pluviométrico normal, verificando-se chuvas totais na faixa de 70-100 mm, volumes insuficientes para a recomposição de água armazenada em maior profundidade no solo, fato que poderá afetar diretamente a indução floral, já em curso, e, indiretamente, o “pegamento” da florada, via desfolha das plantas.

 

PERCENTUAL DE PERDAS – A equipe da Procafé utilizou-se de metodologia realista e analisou lavouras nas diversas regiões produtoras de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, onde o impacto do veranico e das altas temperaturas foi mais significativo na safra a ser colhida. Abaixo, resumimos os percentuais e volumes de perdas prognosticados pela Fundação em relação à primeira estimativa da Conab.

 

 

Fonte: Portal do agronegócio/ Foto: web.

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