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PT vive crise e partidos de oposição não contabilizam apoio nas manifestações

Não há a menor dúvida de que PT vive mais uma crise, desde que assumiu o poder no país.

As consequências políticas desse momento, ainda recebeu da direção e de parte da militância uma análise conjuntural para identificar os diversos desdobramentos que podem ocorrer, gerando desgaste e rejeição ao projeto petista. Se é que ainda existe um.

Com o início das manifestações populares, em junho, atípica a todos os movimentos de protestos até então conhecidos onde lideranças políticas, estudantis; sindicatos, movimentos sócias através das Associações de Moradores e partidos políticos foram o comando do movimento, esse teve sua convocação pelas redes sociais na internet e ninguém se apresentou como líder, ou líderes.

Foi um corpo sem cabeça que de forma anárquica esteve nas ruas e patrocinou o imprevisto, desde as passeatas, caminhadas e manifestações ordeiras ao vandalismo, depredação, saques e roubo propriamente dito. Não se poderia esperar outra coisa.

O alvo foi escolhido pelas elites. O governo Dilma Rousseff, ou seja, PT. Não acordaram o gigante como propalara. Pelo contrário, ele foi ferido e está sangrando, se esse sangramento será hemorrágico ninguém sabe. Ele jamais será mesmo.

Diante de tudo isso o mais curioso politicamente é que nenhum partido de oposição ou não, tenha conseguido obter vantagem eleitoral com as manifestações.

Nas pesquisas ficou constatado de que os eleitores que estão deixando de declarar apoio ao governo petista, não migraram para outros partidos, principalmente os de oposição.

Os votos brancos e dos indecisos praticamente duplicaram. A situação ainda não tomou desvios perigosos porque os partidos políticos e entre eles os considerados mais radicais foram rejeitados nas manifestações e suas bandeiras não tremularam.

Os órgãos de inteligência também despertaram, seus rumos estão sendo delineados com muita precaução para não engolir o seu novo criador.

Pode dizer que o país está no epicentro de um furacão social. Ainda não acabou. A destruição que pode ser contabilizada após a sua passagem talvez seja irrecuperável.

Politicamente um único nome teve ganhos, Marina Silva, que podem ser voláteis diante do processo eleitoral de 2014.A queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff não trouxe qualquer benefício para Aécio Neves, Eduardo Campos ou para o eterno candidato José Serra.

Nada está perdido para o PT. Sem dúvida este será o maior desafio que a militância do partido já encarou.

Superar crise, reverter um processo muito bem elaborado de contra informação e de desqualificação do seu governo, é uma tarefa das mais difíceis. Se o PT superar mais essa crise, com certeza o país terá uma administração petista entre 16 e 24 anos.

Os analistas e cientistas políticos dizem que o PSDB está sem rumo. “A situação do seu principal nome, Aécio Neves e depois José Serra, continua indefinida. Aécio tem dificuldade para decolar porque não é um nome nacional.

Mesmo acreditando que ele será empurrado pelos votos de São Paulo e Minas, dois colégios eleitorais expressivos, o Brasil não se resume a isso.”

José Serra tem um fabuloso cartel de derrotas, está superado e rejeitado dentro do próprio partido.

Até o presente momento os partidos de oposição, como afirmam alguns críticos, “transpiram apenas insensibilidade social”.

Nas camadas mais pobres desse país o PT tem uma marca imbatível. É a marca assistência social, Bolsa Família, considera decisiva na sua estabilidade de poder.

Entretanto, toda essa minha avaliação é conjuntural e tudo pode ser mudado. As manifestações exigiram mudanças, tudo vai depender da maneira como as respostas serão dadas. Cada uma no seu devido lugar e tempo.

Nada de concreto se pode dizer em relação às consequências das manifestações das ruas, na política nacional. O vácuo ainda está presente. Ninguém ainda conseguiu encontrar a mediação adequada entre as ruas e poder político.

Estamos vivendo um implicito pacto temporal. Até quando não sei.  

Fonte: Carlos Lima

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