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Governo justifica falta de apoio a Festival de Jazz: “Objetivo da música deve ser glorificar Deus”

Mário Frias, outro inominável

Em sua oitava edição, o Festival de Jazz do Capão teve o projeto recusado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Desde 2017, no governo Temer, o festival conta com captação de recursos por meio da Lei Rouanet.

No parecer técnico da Funarte, justifica-se a recusa como “desvio de objeto e risco à malversação do recurso público”.

No documento, afirma-se que “o objetivo e finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma”.

O repertório de imagens religiosas estrutura a argumentação do parecer: “por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus”, “a Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.

Uma postagem de junho de 2020 na página do Facebook do festival também é apontada como motivo da recusa. A frase “festival antifascista e pela democracia”, na argumentação do parecerista, “complementou os fundamentos para emissão deste parecer técnico”.

Publicado no dia 25 de junho de 2021, o documento é assinado pelo coordenador do Programa Nacional de Apoio à Cultura da Funarte, Ronaldo Gomes.

Em suas redes sociais, o secretário de Cultura do Governo Bolsonaro, Mario Frias, afirmou que “enquanto eu for Secretário Especial da Cultura ela será resgatada desse sequestro político/ideológico”.

Realizado desde 2010 na Chapada Diamantina, no município de Palmeiras, Bahia, o festival já trouxe mais de 40 atrações musicais para o Vale do Capão. Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Naná Vasconcelos, Ivan Lins, João Bosco e Dori Caymmi são alguns dos músicos que participaram em edições anteriores.

Reuters

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