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A ousadia dos canalhas

O atropelo com que ele comanda sua quadri…base parlamentar vai aumentar, não se duvide.

Quem acha que Michel Temer chegou ao extremo com a manobra de ocultamento de Rodrigo Rocha Loures, ou com a reedição, ontem, de uma medida provisória “reorganizando” o governo com o único objetivo de manter Moreira Franco com o foro de Ministro, prepare-se para mais.

O atropelo com que ele comanda sua quadri…base parlamentar vai aumentar, não se duvide.

O tempo que “o mercado” está dando ao atual ocupante do Planalto é maior – embora, como diga hoje Miriam Leitão, de “algo entre 2 e 3 meses” – do que o tempo político que os aliados lhe darão.

Certo que Temer pode continuar a distribuição de favores ou “jogadas” para segurar a parcela – nada pequena – do que há de mais desqualificado na Câmara.  Mas não sobreviverá se os caciques do PSDB – os remanescentes, excluído Aécio Neves – não acharem que a equação “aprovação das reformas x saída do governo”pode ser resolvida num tempo aceitável.

Nem mesmo a um outsider de “último caso” como João Doria, a identidade com Temer dará chances eleitorais a um tucano em 2018, como a respeitabilidade de Ulisses Guimarães não o salvou do desastre das urnas por conta do governo Sarney.

“Boa parte do país já renunciou ao presidente”, diz hoje o excelente texto de análise escrito por Rodrigo de Almeida, no Poder360. E uma outra parte, não necessariamente boa, renunciará quando perceber que, mesmo com a ousadia dos canalhas que aflorou no antigo cortesão silencioso.

Temer, que alcançou os píncaros da recomendação obscena de Nizan Guanaes de tornar-se impopular mas fazer o “serviço” das elites, nada tem a perder, senão aquilo que o fará ousar como um canalha: o cargo que alcançou por ardil e perderá por inútil.

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