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‘Elite da elite’, governo Temer não entende o que é estar desempregado no Brasil, diz economista

Governo Temer é pouco diverso e distante da realidade do brasileiro comum, diz economista

Formado majoritariamente por homens brancos e ricos – “a elite da elite” -, o governo do presidente Michel Temer não tem ideia do que é estar desempregado no Brasil.

A opinião é da economista Monica de Bolle, para quem a distância entre os governantes e o brasileiro comum é um ponto-chave para entender comportamentos da equipe de Temer, como a ideia de usar recursos do FGTS para pagar o seguro-desemprego. Antecipada pelo jornal O Globo na semana passada, a medida estava sendo estudada pela área econômica e foi descartada pelo presidente.

Para De Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington, ações como essa deixam evidente quão pouco os membros do governo conhecem a situação das 13 milhões de pessoas que estão sem emprego no Brasil.

“Parece que este governo não consegue entender a realidade dessas pessoas. Você, nesta situação, falar em tirar o seguro-desemprego é de um absurdo completo”, diz a economista, que foi diretora da Casa das Garças, conhecido instituto de estudos de viés liberal, também já dirigido por Ilan Goldfajn, atual presidente do Banco Central.

Autora do livro Como matar a borboleta-azul: Uma crônica da Era Dilma, muito crítico à gestão da petista, a economista diz que a separação entre Brasília e o resto do país já era grande no governo Dilma, mas aumentou devido ao perfil dos ministros e assessores de Temer: bem menos diverso do que em anos anteriores.

“Este governo é formado por gente que sempre esteve muito afastada do dia a dia do brasileiro comum. O governo Dilma tinha vários defeitos, mas havia muita gente em cargos técnicos e de assessoria que entendia o que é ser de classe média baixa no Brasil. Este governo não tem isso. É um governo que vêm da elite da elite.”

Ingrid Fagundez

 

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