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A verdade verdadeira/ Por Sérgio Jones

Com bastante discernimento e propriedade a jornalista Malu Gaspar afirmou nesta quinta-feira (30) que “todo mundo que interessava em  Brasília sabia das denúncias de assédio sexual e moral contra o presidente da Caixa, [Pedro Guimarães] e, mesmo assim, ninguém fez nada”.

O mentalmente perturbado presidente Jair Bolsonaro (PL), como bem explicitou a jornalista, se o mesmo não precisasse aumentar seu baixo índice de votos entre o eleitorado feminino para tentar superar o ex-presidente Lula (PT) nas pesquisas.

Provavelmente, o presidente da Caixa Econômica que buscava entre os seus funcionários favores sexuais, teria permanecido no poder.

Malu observa que a indiferença acintosa demonstrada, em várias oportunidades, pelo Bolsonaro com relação a figura humana, em especial pelas mulheres, não apresenta nada de novo em seu questionável comportamento.

Ela lembra que recentemente, o presidente fez insinuações de cunho sexual contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo, autora de reportagens que revelaram um esquema de contratação de disparos em massa por sua campanha nas eleições de 2018.

A profissional da imprensa segue adiante em suas observações ao dizer que se trata do mesmo Bolsonaro que só pediu desculpas à petista Maria do Rosário por uma fala sexista — ‘eu não te estuprava porque você não merece’ —depois de ter sido condenado pela Justiça.

“É o mesmo governo, ainda, que editou um manual recomendando a profissionais de saúde dizer às mulheres que buscam o direito de fazer um aborto legal — autorizado quando a gravidez decorre de estupro, representa risco de morte para a gestante ou o feto é anencéfalo — que ‘todo aborto é um crime.”

O mais irônico de toda essa demonstração de equilíbrio mental do mandatário genocida é afirmar que ‘todo aborto é um crime’.

Se o aborto legal fosse permitido na sociedade brasileira estaria contribuindo pela manutenção da saúde das mulheres.

E até mesmo nos preservando possivelmente, da indigna presença desse tipo de chefe de estado, delegado estupidamente por parte do eleitorado brasileiro despolitizado.

A existência de seres do tipo Bolsonaro denigre a todos os humanos. A sua ausência acarretaria mais dignidade para todos nós.

“O que este episódio simboliza, portanto, não é que a gestão de Bolsonaro não entenda do que precisam as mulheres – e tampouco queira descobrir. Disso, já sabíamos. O caso Guimarães veio demonstrar que há forças na sociedade brasileira para resistir a quem insiste em empurrar o país para o atraso”, finalizou.

Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)

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