Durante entrevista coletiva concedida à imprensa, nas dependências do prédio da Prefeitura de Feira de Santana, na manhã desta terça-feira (22). O tema abordado girou em torno da situação da Covid-19 no município, que de acordo com dados fornecidos pelo último boletim epidemiológico, 2.546 pacientes ativos e nenhum leito de UTI disponível na rede pública ou privada.
Mesmo diante de um quadro nada alentador o prefeito de direito e não de fato Colbert Filho (MDB) de forma cínica disse que a cidade ainda não vive um colapso na saúde.
A pergunta de milhões de dólares, o que ele e sua caterva considera colapso.
Talvez no dicionário utilizado por ele, se é que já utilizou algum em sua vida, tenha um sentido outro que não seja de derrocada, caos, falência, entre outras definições similares.
Na concepção do brioso prefeito e esculápio, sustenta ele o argumento de que nem todas as pessoas que estão internadas precisam de respiradores.
O que não significa que a situação seja grave e preocupante. No ato de mais puro e cristalino despudor disse: “Nunca pensei que isso aconteceria, inclusive na rede particular, mas é o que está acontecendo em Feira, chegamos a um impasse ao ter que fazer a escolha de quem primeiro vai para a UTI”.
Com certeza, se uma das vítimas fosse um político essa situação não se verificaria, ele seria transladado de imediato para hospitais de referência, não teriam que encarar filas, menos ainda viveria o dilema descrito pelo projeto de mandatário. E todos os custos seriam bancados pelo erário.
De acordo com a agregada desse desgoverno, a infectologista Melissa Falcão, que participou da coletiva, por não tem uma opinião efetiva nem saber o que dizer sobre o assunto, adiantou que medidas restritivas deverão ser adotadas, mas não salientou quais.
Com a elevação dos índices da contaminação, os serviçais do poder, já elegeram os seus bodes expiatórios bares e restaurantes, onde há três riscos juntos: aglomeração, pessoas sem máscaras e falando alto – o que aumenta a proliferação de gotículas de saliva.
Esqueceram as indigitadas autoridades que não demonstraram tais preocupações durante as comemorações nas eleições, segundo turno. Na noite daquele mesmo dia 29 de novembro reuniram centenas de pessoas ao longo da Av. João Durval, local que serviu de palco para a realizações das comemorações em prol da vitória dos mesmos.
Durante o ato, formou-se uma irresponsável aglomeração em que centenas de pessoas foram vistas não portando máscaras. Os festejos alusivos se estenderam até quase meia noite. Todo ele foi recheado de intenso foguetório, som alto entre outras atitudes inadequada a atual situação pandêmica em que assola todo o planeta.
Enquanto isso, bares e restaurantes servem como bodes expiatórios. Neste fim de semana, 30 bares foram autuados e equipamentos de som foram apreendidos, na fiscalização preventiva, de acordo com a Prefeitura. Só não responderam quem vai penalizar o seu grupo político pelas bizarras comemorações durante o fatídico dia 29 de novembro.
O prefeito descartou e disse ser cedo para promover um possível lockdown, mas chama atenção para que as pessoas mudem de atitude. E quantos a vocês políticos, o que dizer senhor prefeito?
“A vacina que temos hoje é o distanciamento e o uso de máscara”. Mera frase de efeito que se utilizou o prefeito para passar uma sensação de que que realmente ele e seu grupo estão preocupados com o bem-estar da população. O que este governo está preocupado é com que a pandemia não chegue até eles, o resto é figuração.
“O tempo de internamento dos pacientes com Covid-19 é o dobro de internamentos por outras doenças. Está havendo um represamento das demais doenças e por isso há tantas pessoas internadas”. Colbert finalizou suas palavras fazendo um alerta ao citar que a doença continua muito mais grave do que antes”. Ao que parece, só agora que ele seu grupo se deram conta dessa realidade.
Sérgio Jones, jornalista (sergiojones@live.com)
