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Criar filhos com déficit de atenção custa 5 vezes mais aos pais nos EUA

Transtornos de aprendizagem: saiba mais sobre a dislexia e a discalculia — Foto: Pexels/Divulgação

Um estudo da Universidade Internacional da Flórida revelou que os gastos que os pais de crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) têm são cinco vezes maiores do que que têm responsáveis de crianças sem essa doença e alcança anualmente nos Estados Unidos US$ 5,80 bilhões.

Psicólogo e diretor do Centro para Crianças e Famílias da instituição, William E. Pelham Jr. coordenou a pesquisa, divulgada nesta sexta-feira (5), e afirmou que esse é o problema “mais comum de saúde mental infantil”. De acordo com ele, o não tratamento de crianças com TDAH leva ao surgimento de “adultos com problemas mais relevantes, complexos e difíceis que afetam toda a família”.

Os menores apresentam um padrão “constante” de falta de atenção e hiperatividade impulsiva que interferem no desempenho e no desenvolvimento e frequentemente têm dificuldades acadêmicas e de comportamento em sala de aula que geram custos extras para as famílias, segundo o estudo. Aulas particulares ou nas férias, programas de computador e outros serviços de aprendizagem, além dos fornecidos pelo sistema educacional regular, são alguns dos exemplos.

Com frequência, eles perdem pertences e materiais escolares, desistem de atividades ou aulas extracurriculares depois de os pais já terem feito o pagamento do serviço ou comprado um equipamento. Segundo o economista Timothy F. Page, da Universidade Internacional da Flórida, o custo médio da manutenção aumenta de US$ 2.848 para US$ 15.036 se a criança sofrer TDAH, sem incluir o tratamento.

O estudo, publicado no “Journal of Abnormal Child Psychology”, detalha que os adolescentes que foram diagnosticados com TDAH na infância têm mais chances de sofrer acidentes automobilísticos, o que provavelmente se traduz em despesas como o conserto do carro, multas e um aumento nos custos do seguro. Algumas famílias também podem experimentar uma alta carga econômica associada à criminalidade, incluindo os custos com a defesa.

Xin Zhao, principal autora do estudo, destacou que esta foi a primeira investigação sobre o aspecto econômico da doença, o que é “fundamental para defender, justificar e planejar intervenções” para as famílias das crianças. Entre os sintomas mais comuns estão a falta de atenção a detalhes, problemas de concentração nas tarefas ou nos jogos, dificuldade de organização e adiamento de atividades que requerem muito esforço mental por um longo período.

O estudo também descobriu que os pais reportaram perda de renda por conta de demissões e mudanças de responsabilidades no trabalho, como também despesas extras com o cuidado da criança e tratamentos da saúde mental dos próprios responsáveis.

“O mais importante que os pais de crianças com TDAH podem fazer é procurar ajuda o mais rápido possível para aprender estratégias de comportamento efetivo que ajudem a compensar alguns destes custos e prevenir problemas mais sérios na idade adulta”, alertou Pelham Jr.

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